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Cepal reduz de 1% para 0,9% crescimento do PIB nacional em 2023
Segundo a entidade, recuo de commodities e avanço da inflação impactaram consumo e investimento do país
A desvalorização de produtos primários (sobretudo, commodities), associada a dificuldades internas para impulsionar a economia, devido ao aumento da inflação, com impactos no nível da renda, no consumo privado e na capacidade de investimento das empresas.
Esses são alguns dos fatores apontados pela Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal), para reduzir, de 1% para 0,9% a previsão de crescimento econômico (variação do Produto Interno Bruto – PIB) do Brasil para este ano. Para a América Latina, o recuo foi semelhante, de 1,3% para 1,2%. A queda mais drástica foi verificada em relação à América do Sul, cuja previsão para a economia para este ano ‘encolheu’ de 1,2% para 0,6%, após exibir avanço de 3,8% no ano passado.
De acordo com a entidade, a região continua apresentando “taxas de juros restritivas, situação que agrava, em âmbito global, pelas turbulências financeiras observadas no início de março que, por sua vez, acentuaram as incertezas e a volatilidade dos mercados financeiros”.
Incluindo o Brasil, a Cepal entende que a perspectiva econômica, no curto prazo, sinaliza que “altas demandas por gasto público exigirão, ao mesmo tempo, medidas para fortalecer a sustentabilidade fiscal mediante o fortalecimento da capacidade de arrecadação e redistribuição da política tributária”.
Maior parceiro do país no continente, a Argentina, prossegue a comissão, realiza eleições presidenciais em 2023, em meio a um “quadro de baixas reservas internacionais, alta inflação e uma das piores secas em décadas [que dizimou suas exportações], em que a projeção inicial, de crescimento inicial de 1%, foi invertida para uma recessão de 2% do PIB”.
Com desempenho melhor que o platino, o Chile, de acordo com a Cepal, obteve uma melhora em sua projeção econômica, “ao reduzir as incertezas no plano constitucional, o que lhe permitiu sair de uma contração (PIB negativo) de 0,9% para 0,3%”.
Para as economias da América Central e do México, a entidade previu um crescimento inferior ao de 2022, devido “à revisão para cima do crescimento dos EUA, principal parceiro comercial e primeira fonte de remessas de seus países, que afetaria tanto o setor externo como o consumo privado”. Nesse aspecto, a comissão aponta como fator positivo para a reação econômica da região a ocorrência de “menores preços da energia previstos para este ano em comparação com 2022, dado que vários países são importadores líquidos de combustíveis”.
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