País registra 1º superávit em transações correntes ‘para março’ em 17 anos

O primeiro superávit em transações correntes em 17 anos. A ‘façanha’ foi obtida pelo país, em março último, ao contabilizar saldo positivo de US$ 286 milhões, sob o impulso do desempenho favorável da balança comercial brasileira naquele período, informou, nesta terça-feira (25) o Banco Central (BC). Em contraste, em igual mês do ano passado, apurou-se um déficit de 3,016 bilhões, pelo mesmo indicador. Devido a tal desempenho, o déficit acumulado em 12 meses agora corresponde a 2,66% do Produto Interno Bruto (PIB).

Trata-se do primeiro resultado positivo das transações correntes brasileiras, desde junho de 2022, e o primeiro, para meses de março desde 2006.

De acordo com a autoridade monetária, em março deste ano, a balança comercial apresentou superávit de US$ 9,480 bilhões, o que representa o maior saldo positivo da série histórica, ante US$ 6,094 bilhões, de igual mês de 2022.

No mesmo ritmo ascendente, as exportações de bens também bateram recorde no mês passado, ao somaram US$ 33,317 bilhões, ou alta de 12,1%, no comparativo anual. As importações de bens, por seu turno, cresceram 0,9%, ao somarem US$ 23,837 bilhões.

Para o economista da CM Capital, Matheus Pizzani, a performance positiva da balança comercial foi “impulsionada em grande medida pelas exportações agrícolas, com os produtos brasileiros não só ganhando cada vez mais espaço no mercado internacional, como também se aproveitando da valorização expressiva da conjuntura atual”.

Em outro indicativo, em março deste ano, os investimentos diretos no país totalizaram US$ 7,673 bilhões, superando os US$ 6,875 bilhões, registrados em igual mês de 2022.  Em contraponto, no mês passado, a conta de renda primária apurou ‘rombo’ de US$ 6,432 bilhões, superando o déficit de US$ 6,046 bilhões, em igual mês do ano passado.

Com relação à conta de serviços, houve decréscimo do déficit de US$ 3,326 bilhões, em março do ano passado, para o apurado em igual mês deste ano, de US$ 2,857 bilhões.

O cenário externo, com demanda crescente pelas commodities brasileiras, cumpre papel fundamental para a arrancada das exportações nacionais, de modo a garantir sucessivos superávits da balança comercial do país.