Commodities
‘Incertezas persistentes’ sobre a demanda ‘derrubam’ preços do petróleo
Cenário volátil levou à queda de 15,6% do tipo WTI e recuo de 1,33% do tipo Brent
Incertezas sobre a demanda da commodity, tendo em vista o aumento inesperado dos estoques nos Estados Unidos, superpotência econômica que corre risco de enfrentar uma recessão econômica, na visão do mercado.
Sob o impacto de tais fatores, o petróleo fechou a sessão desta quarta-feira (10) em queda, como é o caso do contrato do tipo WTI (referência estadunidense), para entrega em junho próximo, que recuou 1,56% (-US$ 1,15) negociado na New York Mercantile Exchange (Nymex) a US$ 72,56 o barril, enquanto o contrato do tipo Brent (referência global), com entrega para julho caiu 1,33% (-US$ 1,03), sendo negociado pela Intercontinental Exchange (ICE), a US$ 76,41 por barril.
No paralelo, o dólar se fragilizou no mercado internacional, ante à divulgação de dados sobre a inflação ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) dos EUA, o que acabou ‘ajudando’ o petróleo a reduzir as perdas recentes, mas não o suficiente para recuperá-las integralmente.
Na avaliação da Capital Economics, a persistência das preocupações com relação à demanda deve continuar limitando os ganhos da commodity, pelo menos, por enquanto. Segundo essa consultoria, mesmo com o viés altista das últimas sessões, o WTI e o Brent permanecem abaixo do patamar das duas semanas anteriores, com grande possibilidade de continuar dessa forma no curto prazo. “Afinal, projetamos que a economia dos Estados Unidos deve escorregar para uma recessão nos próximos meses”, comentou, em nota, a Capital.
Já o banco de investimentos TD Securities, por sua vez, destaca que esses “temores sobre uma recessão da economia americana ainda não foram precificados nos mercados de energia” e que “o comprometimento dos Estados Unidos em reabastecer as Reservas Estratégicas Nacionais de Petróleo (SPR, na sigla em inglês) deve oferecer algum suporte para a commodity, apesar da cautela de investidores”.
Informação relevante na sessão de hoje (10) foi transmitida pelo Departamento de Energia (DoE, na sigla em inglês) ianque, que registrou um aumento inesperado nos estoques de petróleo, entre 2,951 milhões de barris e 462,584 milhões de barris, contrariando projeção de analistas consultados pelo Wall Street Journal (WSJ), que esperavam, na verdade, uma queda de 800 mil barris.
O comunicado acrescenta que foram retirados 2,924 milhões de barris das SPRs, medida tomada pelo governo dos EUA, tendo em vista cumprir a venda de 26 milhões de barris ao mercado, meta que deverá ser atingida até 30 de junho deste ano, conforme acordo fechado em 2015 com o Congresso daquele país.
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