Agronegócio
Safra 2023 deve crescer 14,8%, para 302,1 milhões de toneladas
País poderá colher mais 39 milhões de toneladas do que em 2022; área colhida crescerá 0,8%
Com uma produção (cereais, leguminosas e oleaginosas) de 302,1 milhões de toneladas, a safra deste ano deverá superar em 14,8% (mais 39 milhões de toneladas) a registrada em 2022, de 263,2 milhões de toneladas, estima o Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA), divulgado, nesta quinta-feira (11) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
De acordo com o estudo, houve expansão de 0,8% (mais 2,4 milhões de toneladas) da previsão da safra, de março para abril, enquanto a área colhida deve crescer 4,3%, no comparativo anual (3,1 milhões de hectares a mais), para 76,4 milhões de hectares – ante março último, a expansão foi de 0,4% (266.536 hectares).
No que toca desempenho das lavouras, os avanços de produção mais expressivos foram observados nas culturas da soja (24,7%); milho (8,8%); algodão herbáceo em caroço (2,8%); feijão (1,5%) e sorgo (23%). Em contrapartida, houve recuo no arroz (-7,5%); trigo (-1,7%) e aveia (-6,5%).
O clima chuvoso, em quase todo o país, é o principal fator apontado pelo gerente da pesquisa, Carlos Barradas, para a melhor performance da safra deste ano, exceto para o Rio Grande do Sul, onde uma estiagem prolongada acabou prejudicando as culturas, na safra de verão. Ainda sobre este aspecto, Barradas comenta que “no ano passado, a escassez de chuvas no estado foi ainda maior e afetou também outros estados”.
No ranking por estados, o Mato Grosso foi o que apresentou maior produção de grãos no país, ao responder por 30,7% da safra, seguido pelo Paraná (15,5%), Rio Grande do Sul (10,1%), Goiás (9,6%), Mato Grosso do Sul (8,1%) e Minas Gerais (6%).
Conforme o LSPA, a expectativa é de que, também, haja aumentos para itens, como uva (10,5%), cana (6,5%), café (5,5%), tomate (2,8%), mandioca (2,1%), laranja (0,5%) e banana (0,3%), enquanto a batata inglesa deve apurar queda de 2,8% este ano.
Entre os destaques, o levantamento do IBGE menciona estimativas de produção recorde de soja e milho, que devem chegar a 149,1 milhões de toneladas (alta de 24,7%) e 119,9 milhões de toneladas (alta de 8,8%), respectivamente. Para o trigo, a produção esperada é de 9,9 milhões de toneladas, avanço de 0,9%, de março para abril, mas queda de 1,7% em relação à obtida no ano passado.
Também beneficiada pelo clima foi a produção do café, cuja expectativa do instituto é de um avanço de 5,5% (3,3 milhões de toneladas) em relação ao 2022. “O clima este ano foi tão bom que, embora esperássemos uma produção menor, devido à bienalidade negativa do café arábica, ela está crescendo 13,0%, invertendo essa bienalidade. Enquanto o clima nesta safra beneficiou as lavouras, o da safra passada prejudicou”, comenta Barradas.
Por regiões, a estimativa de crescimento da produção, no comparativo anual, ficou assim disposta: Centro-Oeste (12,6%), a Sul (28,8%), a Norte (11,9%), Sudeste (4,3%) e Nordeste (2,8%). No cômputo mensal, a maior alta coube ao Sudeste (3,3%); seguido pelo Centro-Oeste (0,9%); Nordeste (0,4%) e Região Sul (0,4%). A única exceção foi a queda de 0,9% da Região Norte.
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