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Petrobras: eliminar PPI poderá ser um ‘tiro no pé’ da estatal
Desconsiderar preço de paridade internacional não deve reduzir combustíveis ao consumidor
‘Um tiro no pé’. É dessa forma que a decisão da Petrobras, de eliminar o preço de paridade internacional (PPI) como critério básico para reajuste de preços dos combustíveis, está sendo interpretada pelo mercado.
“Paridade internacional não existe. O que existe é paridade de importação. Não vamos perder venda, teremos preço atrativo para clientes”, bradou, há poucos dias, presidente da estatal, o petista Jean Paul Prates, sem fornecer explicações consistentes (para variar) sobre o que substituiria o referencial, utilizado por dez em cada dez economias desenvolvidas (e sérias) do planeta.
Para dar consistência ao discurso intervencionista (que, historicamente, sempre redundou em hiperinflação e recessão), a petroleira soltou nota ontem (14) em seu site, na qual afirma estar “discutindo internamente alterações em suas políticas de preço para diesel e gasolina”, acrescentando que “alterações serão analisadas pela diretoria-executiva da Petrobras no início da semana”, e que isto “poderá resultar numa nova estratégia comercial para definição de preços de diesel e gasolina”.
Mais adiante no comunicado, a companhia recorre à verborragia tecnocrática para justificar a mudança no reajuste dos combustíveis, mais uma vez, sem explicar nada. “Nesse sentido, a companhia esclarece que eventuais mudanças estarão pautadas em estudos técnicos, em observância às práticas de governança e os procedimentos internos aplicáveis. Fatos julgados relevantes sobre o tema serão tempestivamente divulgados ao mercado”.
Discursos populistas demagógicos à parte, analistas concordam com o fato de que o iminente fim da política de preço de paridade de importação (PPI) – a título de reduzir a ‘fórceps’, os preços finais da gasolina e do diesel – não apenas poderá afetar os resultados financeiros da estatal, assim como não se refletirá no valor pago pelo consumidor.
Para o sócio da Leggio Consultoria, Marcus D’Elia, o lucro da petroleira, sob a nova (e confusa) ‘estratégia comercial’, “vai depender do equilíbrio entre os preços menores que serão praticados pela Petrobras com o fim do PPI e o aumento nas vendas”. Segundo ele, “mesmo que a companhia reduza os preços nas refinarias, a redução do preço final está condicionada ao repasse dessa alteração pelas distribuidoras aos postos de combustíveis”.
Avançando mais na discussão ‘séria’ do tema, D’Elia lembra que, de “20% a 30% dos combustíveis são importados, essas distribuidoras vão fazer um mix entre os preços da Petrobras, que serão menores, e os dos importadores, que tendem a acompanhar, em tempo real, as cotações internacionais”.
Em perspectiva, o executivo da Leggio Consultoria conclui que, “ao fazer esse mix, o preço médio não vai cair na mesma proporção. Ou seja, essa queda no preço que a Petrobras pretende fazer pode não chegar na bomba, uma vez que o preço ao consumidor será composto em média por 76% do preço Petrobras e 24% pelo preço dos importadores. É sempre bom lembrar que, no Brasil, os preços são livres e não cabe ao governo definir o valor de venda do combustível na bomba”.
Já o especialista Pedro Rodrigues, sócio da consultoria CBIE, avalia que, ao ignorar o PPI, “os resultados financeiros da estatal podem ser afetados, já que a companhia vai perder o chamado ‘custo de oportunidade’, uma vez que diesel e gasolina têm preços cotados no mercado internacional”.
Por fim, Rodrigues questiona: “Fico sem entender, pois, se a Petrobras não vai seguir o PPI e não vai se desgarrar das cotações internacionais, como os preços serão “inexoravelmente mais baixos”? Se ela começa a vender combustível mais baixo, deixa dinheiro na mesa, e isso afeta a rentabilidade”.
Para melhor esclarecer a questão técnica ao leitor deste site, acrescentamos, abaixo, a definição explícita do termo preço de paridade internacional (PPI) pelo site Wikipedia.
O Preço de Paridade de Importação, também conhecido como Preço de Paridade Internacional, ou apenas pela sigla PPI, é uma política de preços que foi implementada pela Petrobras em 2016, na gestão do governo Michel Temer. A política estabelece que os preços dos derivados de petróleo praticados no país terão como base os custos totais de importação desse produto. Os novos preços têm como base dois fatores: a paridade com o mercado internacional – que inclui os custos de aquisição dos produtos, fretes de navios, transporte interno e taxas portuárias – e uma margem que será praticada para remunerar riscos inerentes à operação, como, por exemplo, volatilidade da taxa de câmbio e dos preços sobre estadias em portos e lucro, além de tributos.
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