A lenda da Vitória-Régia: Desbravando a campeã das plantas aquáticas

Você já pode até ter visto uma espécie, mas talvez não saiba que a vitória-régia (Victória amazônica) é a maior planta aquática de todo o mundo, o melhor: sua origem é brasileira.

No entanto, ela também é nativa das Guianas e da Bolívia, nas regiões da bacia amazônica concentrada em lagos. A planta também é conhecida como jaçanã, a depender da região. Uma das suas principais características são suas folhas, que quando jovens se assemelham muito ao formato de um coração.

Outra peculiaridade é a capacidade impressionante de flutuar dessa espécie, capaz de se manter sobre as águas mesmo quando chuvas fortes estão caindo.

Isso se deve a superfície de sua folha, com uma complexa rede de escoamento de água, capaz de suportar até 40 kg, desde que bem distribuídos sobre a planta.

Duração das flores e demais peculiaridades da vitória-régia

Imagem: Vanessa Volk | Shutterstock

Uma curiosidade muito interessante sobre a vitória-régia, é que mesmo com suas folhas circulares com até 2,5m de diâmetro, a folhagem da planta não dura muito tempo, servindo brevemente apenas para a reprodução. Isso é uma pena, pois elas são muito perfumadas e delicadas.

No primeiro dia, a flor desabrocha branca, ainda ao anoitecer. Já no segundo dia, ocorre a polinização e ela muda de cor, se tornando rosada. Após submergir no lago, é formado um fruto que amadurece em cerca de seis semanas.

Além disso, a semente é envolta em algo parecido com uma esponja, que garante a flutuação até um novo ponto do lago em que foi germinada, dando origem a novas mudas. A planta ainda é capaz de se reproduzir por divisão do rizoma.

Infelizmente, mesmo sendo uma espécie incrível, a vitória-régia se encontra ameaçada pelas atividades dos seres humanos, que poluem a água, promovem o desmatamento, extraem madeira, constroem barragens e praticam a pecuária e agricultura de maneira pouco consciente.

Não só isso, mas o principal polinizador da espécie é o besouro, que está cada vez mais ausente em virtude do avanço da fronteira agrícola e uso de pesticidas no setor.