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Balança comercial registra superávit de 1,72% em abril
Indicador das contas externas nacionais totalizou US$ 6,942 bilhões no mês passado, ante US$ 6,824 bilhões, em abril de 2022
A balança comercial brasileira apresentou superávit de 1,72% em abril deste ano (US$ 6,942 bilhões) em relação a igual mês do ano passado (US$ 6,824 bilhões) em que as exportações atingiram US$ 27,575 bilhões, ante importações de US$ 20,633 bilhões – quedas de 5,7% e 8% respectivamente, no comparativo anual. As informações constam do estudo “Estatísticas do Setor Externo”, divulgado nesta sexta-feira (26) pelo Banco Central (BC).
Estabilidade, por sua vez, foi o que apresentou o déficit na conta de serviços (viagens internacionais, transporte, aluguel de equipamentos e seguros, entre outros) que atingiu US$ 3,159 bilhões em abril, ante US$ 3,198 bilhões, no mesmo mês de 2022. Já as viagens internacionais marcaram tendência altista, correspondendo, no mês passado, a US$ 452 milhões, acima dos US$ 394 milhões, de abril de 2022. Em igual comparativo, as despesas de brasileiros no exterior subiram de US$ 1,098 bilhão para US$ 1,235 bilhão.
Desta forma, o déficit da conta de viagens cresceu 11,4%, chegando a 784 milhões, contra US$ 703 milhões, resultado, segundo o BC, muito afetado pelas restrições impostas pela pandemia, pois, em comparação com abril de 2019, o recuo chega a 17%.
Ao mesmo tempo, o quesito transportes contribuiu para reduzir o déficit da conta de serviços, passando de US$ 1,372 bilhão, em abril de 2022, para US$ 1,013 bilhão, no mês passado, resultando numa retração de 26,1%. Tal declínio, na avaliação do chefe do Departamento de Estatística do BC, Fernando Rocha, decorre de menores gastos em fretes, devido à baixa dos preços internacionais e do recuo das importações.
Transações correntes – Também no comparativo anual, as contas externas registraram déficit de US$ 1,680 bilhão nas transações correntes (compras e vendas de mercadorias e serviços e transferências de renda com outros países), no mês passado, ante um superávit de US$ 100 milhões, em igual período de 2022.
Este resultado, assinala a autoridade monetária, sofreu influência do desempenho mais negativo da renda primária (pagamento de juros e lucros e dividendos de empresas), que cresceu US$ 1,6 bilhão, enquanto a conta de renda secundária (transferências sem contrapartidas) diminuiu US$ 361 milhões.
Nos últimos 12 meses, encerrados em abril último, o déficit em transações correntes do país alcançou US$ 54,208 bilhões ou o equivalente a 2,76% do Produto Interno Bruto (PIB, soma dos bens e serviços produzidos no país), superando o déficit de março deste ano (US$ 52,428 bilhões) – correspondente a 2,67% do PIB – e o déficit de US$ 44,591 bilhões (2,56% do PIB) de abril de 2022. No acumulado do ano, o déficit somou US$ 13,678 bilhões, inferior ao déficit de US$ 16,468 bilhões, de igual período do ano passado.
IDP apresentam ‘tombo’ – Queda acentuada apresentaram os ingressos líquidos em investimentos diretos no país (IDP), que totalizaram US$ 3,312 bilhões no mês passado, bem abaixo dos US$ 11,084 bilhões registrados em igual mês do ano passado. O tombo nesse quesito, observa Rocha, decorre do aumento de operações intercompanhia (empréstimos da matriz no exterior para a filial no Brasil), pois, enquanto em abril de 2022, houve ingressos, no mês passado, houve pagamentos.
Ao explicar que o cronograma de vencimento ‘estava mais carregado’ em abril último, o chefe do Departamento de Estatística do BC observa que os desembolsos mais significativos em abril do ano passado acabaram impactando a base de comparação do IDP. Outro recuo relevante ocorreu com relação a ingressos líquidos em participação no capital (referente à compra de novas empresas e reinvestimentos de lucros), que caiu de US$ 4,414 bilhões contra US$ 6,444 bilhões, no mesmo comparativo anual.
Outro indicador relevante das contas externas, o estoque de reservas internacionais atingiu US$ 345,725 bilhões em abril, o que representa alta de US$ 4,567 bilhões em relação a março – performance decorrente do retorno líquido de US$ 2,5 bilhões em operações de linhas com recompra. Paralelamente, variações por preços e por paridades contribuíram com US$ 1,147 bilhão e as receitas de juros adicionam US$ 613 milhões.
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