BC diz que atividade econômica do Brasil perdeu ritmo em agosto, com salto de 1,06%

O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), visto como indicador do Produto Interno Bruto, registrou salto de 1,06% em agosto em relação a julho, em dado dessazonalizado, informou nesta quinta-feira o BC.

Essa é a quarta alta seguida do índice frente ao mês anterior, mas o número ficou aquém da expectativa de analistas consultados pela Reuters, que previam crescimento de 1,60%.

Em julho, a atividade subiu 3,7% ante junho, de acordo com dado revisado pelo autoridade monetária, que inicialmente havia divulgado alta de 2,15% para o mês.

Em relação a agosto de 2019, o IBC-Br teve recuo de 3,92% e, no acumulado 12 meses, acumulou queda de 3,09%.

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) já havia divulgado  dados setorial que indicavam a continuidade do processo de recuperação em agosto em meio ao relaxamento das medidas de restrição impostas para conter a disseminação da Covid-19.

A produção industrial cresceu 3,2% em agosto sobre julho, semelhante ao previsto, mas ainda ficou 2,6% abaixo do nível de fevereiro, antes do choque da pandemia. Por sua vez, as vendas no varejo restrito subiram 3,4% em igual base de comparação, considerando ajuste sazonal, e bateram o recorde da série histórica do IBGE.

Já o setor mais diretamente afetado pelos bloqueios ao contato social, os serviços, disparou 2,9% em agosto sobre o mês anterior, um desempenho recorde para o período e além das expectativas. Contudo, o nível ainda ficou 9,8% abaixo de fevereiro.

De acordo com as estimativas do governo, o PIB terá queda de 4,7% em 2020, no que configuraria o pior resultado da série histórica.

A mais recente pesquisa semanal Focus do BC, por sua vez, mostra que o mercado projeta tombo de 5,03% neste ano e alta de 3,50% em 2021.