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Corte iminente da Selic ‘abre espaço’ para megaleilão de títulos do Tesouro
Emissão de R$ 23,1 bilhões de LTN e NTN-f ajuda a reduzir estoque da dívida pública, de R$ 6 trilhões
Diante da percepção de que se aproxima o momento do corte da taxa básica de juros (Selic) pelo Banco Central (BC) – sobretudo após a queda acentuada do IPCA (índice oficial de inflação) para 0,23%, em maio último – o Tesouro Nacional identificou um ‘espaço’ para realizar emissões cada vez mais expressivas, com vistas a reduzir o volume gigantesco da dívida pública nacional.
O acerto da medida deu o tom do êxito do megaleilão, realizado pelo órgão na última quarta-feira (7), correspondente a uma emissão de R$ 23,1 bilhões em Letras do Tesouro Nacional (LTNs) e de Notas do Tesouro Nacional, série F (NTN-F), que fazem jus a juros semestrais.
Mediante um volume baixo de resgates, no mês passado, o montante de emissões de títulos da Dívida Pública Federal (DPF), elevou, de R$ 5,89 trilhões para R$ 6,03 trilhões (alta de 2,38% ou crescimento nominal de R$ 140,12 bilhões) o estoque total da dívida, de março para abril deste ano.
Apesar do entendimento de que o governo tem pela frente muitos ‘desafios fiscais’, as emissões do Tesouro trouxeram ao mercado uma ‘sensação de alívio’.
Para o economista Ítalo Franca, do Santander, “no começo do ano, o cenário parecia bem mais desafiador e emitiu um sinal de alerta, já que o nível de emissões estava baixo e as condições de mercado estavam mais adversas. As coisas foram se acalmando e, nos últimos meses, o Tesouro conseguiu acelerar o ritmo de emissões”, para quem “os meses de março e abril já marcavam um nível de venda de títulos públicos pelo Tesouro maior que o observado em janeiro e fevereiro”.
Sobre as recentes emissões de títulos, Franca comenta, ainda, “que, nas últimas semanas, temos visto o Tesouro aproveitar uma janela de mercado positiva para continuar a emitir uma boa quantidade de títulos, mas agora focando nos prefixados. Vemos isso de forma positiva, até porque ainda temos um nível de incerteza muito grande pela frente”, enfatiza. Na sua avaliação, “o mercado tem migrado mais para títulos pré-fixados e nota que, assim, o Tesouro tem se concentrado nessa demanda dos agentes”.
Em que pese as emissões, porém, o Plano Anual de Financiamento (PAF) 2023, divulgado pelo Tesouro em janeiro último, previu que o estoque da DPF deverá crescer, de R$ 6,4 trilhões para R$ 6,8 trilhões, até o final do ano.
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