Confiança industrial é retomada, ao atingir 50,4 pontos em junho

Superando uma sequência de três quedas consecutivas, o Índice de Confiança Industrial (ICEI) cresceu 1,2 ponto, chegando a 50,4 pontos neste mês – acima da barreira dos 50 pontos, que separa confiança da falta desta – divulgou, nesta quarta-feira (14), a Confederação Nacional da Indústria (CNI), após consulta a 1.382 empresas, no período de 1º a 7 de junho.

Na avaliação do gerente de Análise Econômica, Marcelo Azevedo, a despeito da visão negativa, ainda predominante entre os empresários em relação à economia brasileira, a percepção é de que está em curso uma melhora de expectativas por parte do segmento.

“Ainda que não seja perguntada explicitamente a razão para essa avaliação ruim e das expectativas positivas nessa pesquisa, sabemos que a atividade industrial tem sido muito prejudicada pelos juros altos. Ainda assim, esse é apenas um dos elementos que afeta a confiança do empresário, entre outros, estão o alto patamar de inadimplência e de endividamento das famílias”, explica Azevedo.

A pesquisa atesta avanço de todos os componentes do ICEI em junho, pelo comparativo mensal, a contar pelo Índice de Condições Atuais, que subiu 1,1 ponto, para 44,2 pontos – o que corresponde à pioria nas condições dos negócios nos últimos seis meses – embora este permaneça abaixo da margem dos 50 pontos, já citada.

Melhor performance exibiu o Índice de Expectativas (IE), que aumentou 1,3 ponto, indo a 53,5 pontos, indicando otimismo restrito da indústria para o segundo semestre do ano (2S23). No que se refere ao índice de expectativa de empresa, este subiu 1,1 ponto para 56,8 pontos e o índice de expectativa sobre o desempenho da economia brasileira  apresentou alta de 1,9 ponto, a 47 pontos, marca inferior ao da linha divisória mencionada.

A recuperação da confiança industrial começou a se prenunciar em maio passado, quando o ICEI passou a 49,2 pontos, acima, portanto, dos 48,8 pontos expostos em abril. Tal movimento, porém, ainda não representava mudança em relação ao estado de falta de confiança do empresário na oportunidade.