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Rebanho bovino do Brasil aumenta pela 1ª vez em 3 anos com retenção de fêmeas, diz IBGE

Rebanho de gado brasileiro aumentou para 214,7 milhões de cabeças no ano passado.

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O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou nesta quinta-feira que o rebanho de gado brasileiro aumentou para 214,7 milhões de cabeças em 2019, primeiro crescimento em três anos.

Segundo o IBGE, o crescimento é de 0,4% sobre 2018, e foi alavancado pela retenção de fêmeas para procriação e por um salto de 5,1% no tamanho do rebanho no Estado de Mato Grosso. Nos dois anos anteriores, houve queda no número de cabeças.

Mato Grosso reunia quase 15% do rebanho bovino do Brasil no ano passado, sendo atualmente a casa das maiores produções de grãos e pecuária no maior exportador de carne bovina do mundo.

“Em 2019, verificamos uma queda na participação das fêmeas no abate, sugerindo uma transição do ciclo de baixa para o de alta da pecuária, que é quando o produtor passa a reter fêmeas devido aos bons preços de mercado”, disse a supervisora da pesquisa do IBGE, Mariana Oliveira.

Dados do IBGE também mostraram que o rebanho de aves do país ficou relativamente estável em 1,5 bilhão de cabeças em 2019, enquanto o tamanho do rebanho de suínos caiu 1,6% para 40,6 milhões de cabeças.

Oliveira acrescentou que 2019 registrou exportações recordes de carne bovina, especialmente com destino à China.

A robusta demanda chinesa em 2019 elevou a arroba a um recorde de mais de 250 reais no último trimestre. Em 2020, a procura externa segue forte e as cotações renovaram máximas históricas, mas a alta atual tem sido puxada principalmente pela restrição na oferta de gado terminado, resultado do período em que o rebanho teve queda.

O indicador do boi gordo Cepea/B3 fechou a quarta-feira em 263,35 reais por arroba, disparada de 2,6% na variação mensal e um salto de 61% na base anual.

Agora o crescimento está nas mãos das chuvas, que podem ou não beneficiar as pastagens da região Centro-Oeste, responsável por cerca de 40% da produção pecuária brasileira, de acordo com o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA).

Grande parte do gado brasileiro se alimenta de pasto, por isso, as chuvas são essenciais. Mas este ano, segundo a AgRural, a seca já atrasou o plantio da soja no início da safra de grãos.

No ano que vem, os embarques de carne bovina do Brasil devem bater um recorde pelo terceiro ano seguido, estimulados principalmente pela demanda da China e pela recuperação da demanda em alguns outros mercados, também de acordo com o USDA.

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