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Commodities

Trigo: Putin e o clima podem aprontar nos preços da MDIA3 (M. Dias Branco) e do pãozinho

O acordo da navegabilidade do Mar Negro vai depender da situação da guerra na Ucrânia, o que pode impactar mais os preços do trigo, já sob suporte do clima ruim nos EUA

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O acordo de grãos do Mar Negro foi renovado por 60 dias, contra os 120 das vezes anteriores, e até 18 de julho a história da guerra entre Ucrânia e Rússia vai dar os sinais nos preços do trigo.

Junto à situação prejudicada das lavouras dos Estados Unidos e Europa, mais a quebra na safra chinesa, a ameaça de não renovação da passagem dos navios, por parte dos russos, escoando a produção ucraniana deverá manter o suporte na valorização do cereal na Bolsa de Chicago.

Isso pode afetar do pãozinho ao desempenho das ações da M. Dias Branco (MDIA3) na Bolsa, a maior farinheira de produtos finais brasileira, embora a inflação esteja mais comportada.

A depender do repasse ao preço da farinha dos custos mais altos de importação e como o varejo vai se comportar, o valor do pão “nosso de cada dia” deve subir.

Por parte dos produtos acabados – massas, biscoitos e outros da matéria-prima -, também dependerá do fôlego de cada indústria.

Para a cearense Dias Branco, com seu leque grande de produtos, aparentemente a companhia tem gordura para queimar.

Os resultados positivos do primeiro trimestre de 2023 dão esse fôlego e estão sustentando as altas das ações desde janeiro, quando saiu de pouco mais de R$ 20 para mais de R$ 40 dos últimos dias. Nesta segunda (19), já cai 2,44%, a R$ 39,94, às 14h35, em segundo pregão de baixa.

Desde 2022 a companhia tem conseguido ir em bom ritmo, conseguindo impor repasses.

Vale dizer, no entanto, que o trigo já vem num processo de fortalecimento das cotações. Na semana passada, ganhou mais 9%, diante dos relatos que também atingem a soja e o milho positivamente, quanto ao clima quente e chuvas mal distribuídas nos Estados Unidos.

“Tem forte argumento de alta por esse lado”, acrescenta o analista Vlamir Brandalizze.

Nesta segunda (19), feriado americano, não tem negócios em Chicago, e as cotações vão a US$ 6,87, sob mais de 3,70% na sexta. Amanhã o USDA traz novo reporte sobre as condições das lavouras e deverá confirmar perda de produtividade.

E por conta da possibilidade de Vladmir Putin, o líder russo, jogar com a não renovação do acordo para o trânsito de grãos da Ucrânia – bom fornecedor, apesar da oferta prejudicada pela guerra desde 2022 -, Brandalizze ratifica um “duplo argumento” de busca de novos tetos para a matéria-prima.

A depender dos resultados da contraofensiva ucraniana em curso, sob informações pouco críveis de ambos oponentes, o humor do russo vai variar, já encurralado e ameaçador pela ajuda ocidental ao seu vizinho inimigo.

Junta-se fundamento de oferta, por clima e conflito, o tamanho e o tempo de permanência das valorizações, se se confirmarem, é que mostrarão o quanto o mercado produtor consegue repassar para seus produtos e o quanto o consumidor está disposto a aceitar.

Vale do pãozinho ao desempenho da MDIA3 na B3.

 

Com mais de 40 anos de jornalismo, sempre em economia e mercados, já passou pelas principais redações do País, além de colaborações para mídias internacionais. Contato por e-mail: infomercadosbr@gmail.com

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