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Ao subestimarem ‘força da inflação’, bancos centrais subirão, ainda mais, os juros

Erro de ‘diagnóstico’ sobre resiliência de preços exigirá maior aperto monetário por parte de instituições

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Um erro de diagnóstico (potencial inflacionário) que vai exigir o reforço da dose (juros) no tratamento (aperto monetário) para erradicação da enfermidade (resiliência de alta dos preços). Sob esse cenário nada promissor, os bancos centrais, sobretudo, das economias mais desenvolvidas do planeta, serão obrigados a manter, por longo tempo ainda, as taxas de juros em patamar muito elevados, pois subestimaram a tendência ascendente da inflação no ano passado, que se espraia no atual.

Como o viés altista dos preços continua ‘firme e forte’, os banqueiros centrais têm renovado as previsões de avanço da inflação, acompanhadas de alertas aos investidores de que os juros vão permanecer altos, descartando a possibilidade de alteração (para baixo) as respectivas taxas. A constatação nada agradável é que, uma vez concluído um ano de campanha ininterrupta contra o ‘dragão’ inflacionário, os responsáveis pela formulação das políticas monetárias estão bem distantes do ponto de declararem ‘vitória’.

Isso porque, tanto nos EUA quanto na Europa, a chamada ‘inflação subjacente’ está no patamar de 5% ou mais do que isso, mesmo com os preços da energia e dos alimentos estejam descrevendo queda. Também nos dois casos, as respectivas economias enfrentam outro obstáculo: após crescer, a massa salarial se mantém ‘estabilizada’ em níveis elevados, sem qualquer sinal de redução.

Aparentemente contraditória é a situação econômica europeia, em recessão técnica, mas capaz de criar quase um milhão de novos empregos nos primeiros três meses deste ano, enquanto a economia ianque abriu 300 mil novos postos de trabalho no mesmo período. Quadro semelhante apresentam Canadá, Suécia, Japão e Reino Unido, após superarem suas respectivas recessões.

Nesse momento, a dúvida atroz dos ‘bcs’ refere-se à interpretação de cenário: ou partem do princípio de que a inflação teria se ‘estabilizado’ acima da meta de 2% – o que demandaria, para sua correção, taxa de juros mais elevadas – ou então que a queda da inflação estaria apenas atrasada.

No caso ianque, a constatação de que a inflação local continua alta e sem indícios de flexibilização, seria justificativa mais do que suficiente para que o Federal Reserve (Fed) – a despeito de ter mantido, recentemente, inalterado o atual  patamar dos juros – já tenha antecipado a intenção de promover mais dois aumentos este ano. Caso a promessa se cumpra, os juros dos EUA atingiriam seu maior nível em 22 anos.

Sou um profissional de comunicação com especialização em Economia, Política, Meio Ambiente, Ciência & Tecnologia, Educação, Esportes e Polícia, nas quais exerci as funções de editor, repórter, consultor de comunicação e assessor de imprensa, mediante o uso de uma linguagem informativa e fluente que estimule o debate, a reflexão e a consciência social.

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