Agronegócio
Estiagem não veio, produtor desovou e boi ensaia recompensar quem aguentou a pressão
A oferta ficou um pouco menor para os frigoríficos, que diminuíram também a escala de abates
O pecuarista que conseguiu segurar mais tempo o boi gordo pode começar a colher os resultados de ter aguentado a pressão de seus custos.
Os sinais de que a @ está começando a sair do andar de baixo estão ficando mais claros. Não se pode dizer que saiu definitivamente, mas, sim, a pressão parece começar a ceder, pensa Gustavo Machado, da StoneX.
A boa oferta, que inclusive dava margens para os frigoríficos contra a China forçando preços menores, começou a encurtar um pouco mais.
Hyberville Neto, da HN Agro, já vê esse cenário, embora também cauteloso, escorando os preços atuais dentro de certo grau de estabilidade – com alguns repiques positivos.
A menor disponibilidade de animais foi decorrência, em maior grau, das vendas que os produtores de “cobertor mais curto”, em vencimentos de obrigações, tiveram que fazer.
“O produtor se programa para vender de abril em diante, mas as chuvas mais prolongadas de certo modo geraram mais vendas”, diz o analista e consultor, se referindo ao temor de aumento da pressão sobre os preços que viriam dos compradores com a estiagem presente.
Ainda que as chuvas, como as da semana passada ajudem a manter mais o pasto, há uma combinação de frio e menor incidência solar que pode descompensar a umidade.
Desse modo, o rebanho começa a ficar mais curto.
Outro sintoma é que as escalas de abate já diminuíram também, inclusive com muita vaca indo para o gancho. Significa, diz Hyberville, que as indústrias já sentem alguma queda de braço da oferta.
Em paralelo, as exportações estão se alinhando com o volume menor de cabeças. Ou seja, a demanda vai sendo enxugada, ainda que o ágio do boi China para o boi comum não esteja ainda lá essas coisas.
Pela Scot de sexta, a diferença é de R$ 5,50, com o animal de prêmio, de carne destinada aos asiáticos, em R$ 245, contra os R$ 239 da @ do que fica no mercado interno.
Por referência, ainda sobre a sexta, o Cepea registrou R$ 243, em baixa de 0,43%, mas após uma expressiva alta na quinta, de mais de 5%, em São Paulo.
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