Poucas horas antes do anúncio, mercado prevê que Copom manterá Selic em 13,75% ao ano

Após o exame de temas associados à análise de conjuntura, o Comitê de Política Monetária (Copom) deverá anunciar, por volta do final desta tarde (18h30) de hoje (21), sua decisão sobre a Selic, que deverá ser mantida, pela sétima vez seguida, no patamar atual de 13,75% ao ano, conforme expectativa majoritária de analistas de mercado.

De acordo com pesquisa realizada pelo sistema de Projeções Broadcast, das 46 instituições financeiras consultadas, para 45, a taxa básica de juros será mantida no nível atual, enquanto apenas uma delas trabalha com a queda, de imediato, do indicador. Ao mesmo tempo, para a maioria delas, somente em agosto próximo é que o corte dos juros – a chamada flexibilização – deverá ter início, o que encerraria o período de aperto monetário mais amplo da história.

Com o recuo dos preços, sobretudo dos serviços – refletido nos índices de inflação –  aumentaram as pressões pela queda da Selic, ao passo que avançava, na Câmara, o projeto de arcabouço fiscal, proposto pela nova gestão federal petista.

Ante tal cenário, de tensão crescente, o presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, declarou, ainda na semana passada, que o movimento decrescente das expectativas inflacionárias “abriria espaço para um juro mais baixo à frente”, sem que o dirigente declinasse o prazo para isso ocorrer, mas aproveitou a oportunidade para pedir ‘paciência’ a executivos varejistas que participavam de um evento.

De acordo com a edição mais recente do boletim Focus, elaborado pelo Banco Central (BC), o IPCA deveria fechar 2023 em 5,12% – patamar superior ao teto da meta de inflação para o ano que vem (4,75%), conforme fixou o Conselho Monetário Nacional (CMN) – e de 4,04% para 2024, igualmente acima da meta de 3%.

Único movimento na direção da queda da Selic foi a sinalização, no início desta semana, do mercado financeiro, por meio do Focus, de que a taxa básica de juros chegará ao fim de 2023 em 12,25% ao ano e não mais em 12,50% ao ano.