Queda brusca de estoques ianques ‘garante’ valorização do petróleo

Em que pese a volatilidade exibida pelo mercado, os contratos futuros de petróleo apresentaram valorização firme, nesta quarta-feira (29), sobretudo após a divulgação do relatório semanal do Departamento de Energia (DoE) dos EUA, que apontou uma queda de 9,603 milhões de barris nos estoques do país estadunidense, ante uma previsão do mercado bem menor, de um recuo de 1,8 milhão de barris, o que fortaleceu o dólar.

Como reflexo, o contrato do WTI (referência ianque) para setembro encerrou as negociações em alta de 2,75% (acréscimo de US$ 1,86), a US$ 69,56 o barril, na New York Mercantile Exchange (Nymex), enquanto o Brent (referência global) para setembro cresceu 2,39% (aumento de US$ 1,73), a US$ 74,24 o barril, na Intercontinental Exchange (ICE).

Também influenciaram as negociações da commodity, as declarações favoráveis à continuidade do aperto monetário, por parte de representantes de bancos centrais europeus, reunidos em evento organizado pelo Banco Central Europeu (BCE), em Sintra (Portugal), onde também o presidente do Fed (Federal Reserve), bc ianque, Jerome Powell, reiterou a intenção de aplicar mais dois aumentos nos juros dos EUA.

Outra informação de mercado seria no sentido de que a Noruega teria aprovado a realização de 19 projetos na área de petróleo e gás, com previsão de investimentos totais de US$ 19 bilhões, tendo em vista garantir a oferta das commodities para a segunda metade desta década.

No paralelo, o jornal econômico ianque Wall Street Journal publicou matéria – citando dados da consultoria Kpler – com a previsão de que a Rússia, em breve, superará a Arábia Saudita como principal fornecedora de petróleo à China. Devido à guerra da Ucrânia, a commodity russa já estaria sendo vendida, com descontos, a Pequim.

Já a consultoria Oanda acentuou que a intensificação do aperto global deverá comprometer o crescimento econômico mundial, com impacto (para baixo) sobre os preços do petróleo. Ante esse cenário, a expectativa da consultoria é de que a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) efetuar mais cortes de produção, tendo em vista ‘segurar’ os preços da commodity.