Reunião CMN: alta da meta de inflação só para 2026 ou apenas mudança na validade anual?

A ata do Copom da terça-feira ajudou a retirar qualquer possibilidade de o governo forçar uma revisão da meta de inflação até 2025 na reunião desta quinta (29) do Conselho Monetário Nacional (CMN).

O ministro Fernando Haddad disse ontem que na reunião de hoje do colegiado não espera alteração em seguir o estabelecido antes, em 3% da meta em 2024 e 2025 – este ano é de 3,25%, com margem de 1,75 ponto percentual para mais ou menos.

Para 2026 é provável a elevação da meta, juntamente com a alteração periodicidade de medição, de ano-calendário para verificação contínua, que passou a ser mais defendida por Haddad.

O titular da Fazenda, mais a ministra Simone Tebet (Planejamento), compõem o CMN junto ao presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, elogiaram o documento em tom ameno do Comitê de Política Monetária.

A possibilidade de revisão baixista da taxa Selic, em agosto, ficou mais palatável, após a sua manutenção – duramente criticada – em 13,75% na semana anterior.

Contratar um pouco mais de inflação, como o governo vinha insistindo antes para, como acredita, facilitar mais o cumprimento das metas e podendo gastar mais na ativação da economia, pode ter sido abandonada momentaneamente.

Inclusive porque a inflação está menos resiliente, como mostrou maio e as parciais de junho, embora em patamares ainda altos.

E o arcabouço fiscal foi bem aceito e assegura chances de passar na volta à Câmara, após o Senado aprová-lo.

O que ficará em questão é a maioria do governo no CMN conseguir mudar o prazo de verificação das metas. Se para 2025 ou 2026 em diante.