Restrição chinesa à produção não impede valorização mínima de minério de ferro

Por conta das restrições de produção de siderúrgicas, impostas pela administração municipal de Tangshan (maior centro siderúrgico da China), os contratos futuros do minério de ferro apresentaram valorização, na sessão desta terça-feira (4).

Enquanto que na bolsa de Dalian (China), o minério registrou leve declínio de -0,06% a US$ 113,70 por tonelada, o similar para agosto na bolsa de Singapura avançou 0,5% a US$ 108,95 a tonelada.

Na mesma tendência altista, na bolsa de futuros de Xangai, o vergalhão aumentou 0,78%; a bobina laminada quente subiu 0,89%; o fio-máquina avançou 0,45%, ao passo que o aço inoxidável permaneceu estável.

O fator preponderante para o ciclo moderadamente altista do setor foi a decisão do governo municipal de Tangshan, norte chinês, de ‘solicitar’ às 11 siderúrgicas da classe A, que cortassem sua produção, enquanto às de classe B teriam de suspender em 50% seus equipamentos de sinterização, no período de 1º a 31 de julho, segundo informaram, em nota, analistas da consultoria Mysteel. O ‘pretexto’ para a ordem velada por parte da prefeitura mandarim tinha por finalidade ‘ajudar a combater a piora da qualidade do ar’.

Como as usinas da região chinesa tiveram de cortar, entre 30% e 50%, sua produção de sinterização, os atuais estoques de minério poderão manter a produção normal por um prazo de oito a 20 dias. Pelo menos, até o momento, as operações dos altos-fornos não estão sendo afetadas no momento.

Para o analista da China Industrial Futures, Wei Ying, as recentes medidas visando restringir a atividade industrial e combater a poluição na região não implicaram redução da produção. ”Tangshan também teve um período de cortes do aço em junho, embora com impacto mínimo na produção”, comentou.

Desde o pico de março último, o minério de ferro acumula perdas de 17%, em decorrência da preocupação permanente do mercado com relação ao ritmo de recuperação do setor, pós-pandemia. Mesmo com a desaceleração da atividade de construção civil, em razão da estação chuvosa, as vendas de imóveis novos exibiram recuperação.

Segundo traders asiáticos, ainda assim, a demanda pela commodity não teria sido afetada por novos pedidos de corte da produção de aço. Já a menor produção de sínter, produto usado na siderurgia, não afetaria as operações de alto-forno, sem contar o fato de que as usinas poderiam optar por usar aglomerados.

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