Ações, Units e ETF's
Endividamento atinge 78,5% das famílias brasileiras em junho
Segundo pesquisa da CNC, este nível de endividamento é o maior, desde novembro do ano passado
Maior nível, desde novembro de 2022, a participação de famílias endividadas cresceu 0,2 ponto percentual (p.p.), para 78,5% do total do país, aponta a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), elaborada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Deste percentual, 18,5% admitem estar muito endividados, maior patamar, desde o início da série histórica, em janeiro de 2010.
Detalhe importante é que tal avanço do endividamento ocorreu um mês antes do que havia sido estimado pela confederação, para quem, atualmente, é crescente a busca das famílias por recursos no mercado financeiro, em especial, por meio do cartão de crédito, a fim de manter seu padrão de consumo de bens e serviços. Do universo pesquisado, 87% dos endividados possuem dívidas nessa modalidade.
A despeito da expansão do endividamento, o percentual da renda que vem sendo comprometida com dívidas recuou 29,6%, em média, o que corresponde o menor percentual, desde setembro de 2020, com destaque para os segmentos de classe média e baixa.
Em nota, a CNC avalia que “a menor pressão das dívidas sobre a renda dessas famílias se deve à dinâmica favorável da inflação corrente, em que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) e o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) têm desacelerado continuamente desde o fim do ano passado, abrindo espaço no orçamento e reduzindo a parcela dedicada ao pagamento das dívidas”.
Maior percentual desde agosto de 2021, cresceu, no mês passado, o contingente (40%) daqueles que admitem não ter condições de pagar as dívidas atrasadas, relativas a meses anteriores. Já os que detêm dívidas pendentes por mais de 90 dias correspondem a 46% do total.
Outra informação relevante dá conta de que, tanto o total de endividados, quanto de inadimplentes, avançou em todas as faixas de renda, mas com maior intensidade entre aqueles com renda mensal de 5 a 10 salários mínimos. Para a CNC, “o mercado de trabalho formal absorvendo pessoas de menores níveis de escolaridade e salários-base e os programas de transferência de renda mais robustos têm limitado o avanço mais expressivo da inadimplência entre as famílias de renda baixa”, diz a entidade.
Por gênero, as mulheres estão mais endividadas (79,6%) do que os homens (77,6%), mas no quesito inadimplência (dívidas em atraso por mais de 90 dias), eles (46,5%) estão mais em situação pior do que elas (45%).
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