Retomada econômica vacilante da China ‘derruba’ cotações do minério de ferro

Em meio à ‘vacilante’ recuperação econômica da China – maior consumidora mundial da commodity e maior produtora de aço do planeta – e a expectativa desgastante do mercado quanto ao cumprimento das ‘promessas’ de Pequim, no sentido de incentivar o setor imobiliário do país, os preços do minério de ferro voltaram ao terreno negativo, na sessão desta quarta-feira (19).

Enquanto na bolsa de Dalian, o insumo siderúrgico para setembro próximo recuou 0,6% a 834 iuanes ou US$ 115,60 por tonelada métrica, na bolsa de Cingapura, para o mesmo mês, registrou queda de 0,1% a US$ 110,5 por tonelada métrica.

Refletindo a tensão do momento no setor, cautelosa, a mineradora britânica Rio Tinto admitiu a preocupação ante ao risco de uma desaceleração econômica global, o que deve determinar a limitação de sua produção neste ano. No segundo trimestre do ano (2T23), os embarques de minério de ferro do grupo recuaram 1%, no comparativo anual, a 79,1 milhões de toneladas da commodity, nos três meses encerrados em 30 de junho último.

Em comunicado, a Rio Tinto avaliou que “a recuperação econômica da China ficou aquém das expectativas iniciais do mercado, já que a desaceleração do mercado imobiliário continua a pesar sobre a economia e os consumidores permanecem cautelosos, apesar da flexibilização da política monetária”.

No front tupiniquim, relatório de produção e vendas divulgado, nessa terça-feira (18) pela Companhia Vale do Rio Doce (VALE3), aponta que a produção da mineradora no segundo trimestre deste ano (2T23) atingiu 78,7 milhões de toneladas, o que representa um crescimento de 6,3% ante igual período do ano passado, e de 17,9% em relação ao trimestre anterior.

De acordo com a companhia, o resultado positivo teve impulso com a produção recorde obtida no complexo de Carajás (S11D), no Pará, ao passo que os complexos de Itabira (MG) e Vargem Grande (MG) igualmente experimentaram avanços significativos, tendo em vista a “melhoria e a qualidade média do portfólio de produtos da Vale”. No retrospecto dos primeiros seis meses de 2023, a produção da mineradora totalizou 145,571 milhões de toneladas, o equivalente a uma expansão de 6% em relação a igual período de 2022.