Nariz afinado? O segredo por trás do aroma (ou não) das baratas

O cheiro de barata é um fenômeno curioso que intriga muitas pessoas. Algumas afirmam que conseguem sentir um odor peculiar e desagradável quando esses insetos estão por perto, enquanto outras pessoas simplesmente não conseguem perceber nada de diferente no ar.

A explicação para essa diferença está, como você já deve desconfiar, na genética.

As baratas produzem e liberam uma substância chamada trimetilamina, ou TMA, responsável pelo seu cheiro característico. A TMA também pode ser encontrada em alimentos estragados e peixe em decomposição, para citar alguns outros exemplos.

Para sentir o cheiro de TMA, o que envolve o aroma particular das baratas, é preciso ter um gene que codifica um quimiorreceptor específico.

No entanto, nem todas as pessoas possuem esse gene com suas funcionalidades normais. Algumas têm uma mutação que inativa o gene ou altera a forma do receptor, impedindo-o de reconhecer a TMA.

Segundo a geneticista Casey Trimmer:

“Mudanças pequenas em um gene para um receptor podem mudar a forma dele e como ele se encaixa, mudando a percepção que o odor possui.”

Um estudo publicado pelo periódico Proceedings of the National Academy of Sciences e divulgado pela revista Galileu no ano de 2019 reforça que, com base em nosso DNA, conseguimos sentir cheiros distintos. Então, isso faz com que cada um perceba ou deixe de perceber certas fragrâncias, como acontece no caso das baratas.

Agora, em relação às baratas e ao motivo pelo qual elas emitem esse cheiro característico é graças ao armazenamento de resíduos nitrogenados, como é o caso do ácido úrico, por exemplo.

Portanto, a habilidade de sentir o cheiro de barata é uma questão de herança genética. Quem tem o gene funcional pode ter uma vantagem na hora de detectar, se preparar e evitar esses insetos indesejados, mas também pode sofrer com o desconforto e a paranoia proporcionadas pelo odor.

Por outro lado, quem não possuo o gene funcional pode até não se incomodar com o cheiro, mas pode ser pego de surpresa, já que não é capaz de perceber a presença das baratas no ambiente.