Economia
Com aperto monetário, produção industrial cresce só 0,1% em junho
Segundo PIM Regional/IBGE, maiores altas foram do Espírito Santo, Rio de Janeiro e Santa Catarina
Num ensaio de tímida recuperação, devido ao efeito regressivo das, ainda, muito elevadas taxas de juros (leia-se, Selic, agora em 13,25% ao ano), a produção industrial brasileira apresentou avanço incipiente, de 0,1% de maio para junho deste ano, em que apenas seis dos 15 locais da Pesquisa Industrial Mensal (PIM) Regional – divulgada nesta terça-feira (8), pelo IBGE – exibiram altas, com destaque para o Espírito Santo (4,6%), Rio de Janeiro (3,2%) e Santa Catarina (2,6%).
O estudo mostra, também que, ante junho de 2022, o crescimento foi de 0,3% e de 0,1% em 12 meses. No confronto entre semestres (1S23/1S22), por seu turno, foi apurada uma retração de 0,3% na produção nacional, em especial, no Ceará (-6,2%), Rio Grande do Sul (-6,0%) e Região Nordeste (-4,5%).
Para o analista da PIM Regional, Bernardo Almeida, “ao final do primeiro semestre de 2023, vemos uma trajetória bem gradual, com muita cautela na atividade industrial brasileira, consequência das medidas moderadas tomadas pelos produtores. Isso pode ser explicado pela conjuntura econômica, ainda com algumas incertezas que afetam a cadeia produtiva”, destaca
O maior destaque da pesquisa ficou por conta do desempenho do Espírito Santo, cujo crescimento acumulado, em três meses seguidos de alta, é de 7,1%; “A indústria extrativa, bastante atuante por lá, e o setor de produtos minerais não metálicos foram os principais responsáveis pelo desempenho da indústria capixaba”, assinala Almeida.
Na segunda posição, o Rio de Janeiro somou avanço de 3,2% em junho último – percentual mais elevado, desde outubro do ano passado, quando chegou a 8,4% – interrompendo dois meses seguidos de queda acumulada em 3,1%. O desempenho positivo do estado decorre, sobretudo, da influência positiva do segmento de derivados de petróleo e produtos químicos.
Terceira colocada, Santa Catarina cresceu 2,6%, no mesmo comparativo mensal, após se recuperar de um ‘tombo’ de 17% em maio, sob a influência positiva dos segmentos de alimentos e de vestuário catarinenses.
Em contraponto, São Paulo, maior parque industrial do país, recuou 2,7%, de maio para junho, o que acabou anulando a expansão anterior, de 2,7%, configurando o resultado mais negativo desde janeiro de 2023 (3,2%). “Os setores que mais impactaram negativamente a indústria paulista foram o de derivados de petróleo, o de indústria farmacêutica e o de veículos automotores”, avalia o analista da PIM Regional.
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