Ibovespa volta aos 100 mil pontos com EUA e cena corporativa em foco

O Ibovespa retornava ao patamar dos 100 mil pontos na sessão desta terça-feira, em dia de noticiário corporativo doméstico intenso e altas em Wall Street em meio a esperanças de um novo acordo para estímulos fiscais nos Estados Unidos antes da eleição em 3 de novembro.

Às 11:37, o índice de referência local disparava 1,4%, a 100.035,32 pontos. O giro financeiro totalizava 7 bilhões de reais.

O S&P 500 subia 0,73% em Wall Street, com agentes do mercado de olho em mais uma reunião entre a presidente da Câmara dos Deputados dos Estados Unidos, Nancy Pelosi, e o secretário do Tesouro, Steve Mnuchin, após negociações na segunda-feira em que “continuaram a reduzir suas diferenças”.

Mais cedo nesta terça, o presidente Donald Trump pressionou por um acordo abrangente de alívio ao coronavírus, afirmando que daria o aval para um pacote superior a 2,2 trilhões de dólares mesmo com a oposição por parte dos senadores republicanos a grandes gastos.

Na visão do BTG Pactual, o mercado financeiro acredita que haverá um acordo antes das eleições. “A falta do fechamento do novo pacote de ajuda governamental nos EUA já reflete em um enfraquecimento da economia, além de aprofundar as dificuldades dos desempregados e das empresas”, observou.

Destaques da manhã

PETROBRAS PN e PETROBRAS ON mostravam acréscimo de 1,13% e 1,23%, respectivamente, mesmo com mais uma queda nos preços do petróleo no exterior, com investidores no aguardo de dados de produção da companhia que serão divulgados após o fechamento do mercado.

BRADESCO PN disparava 5,09%, em dia benigno para bancos no Ibovespa. ITAÚ UNIBANCO PN subia 4,24%, antes da divulgação de resultados, com Santander Brasil sendo o primeiro da temporada do setor no dia 27.

CSN ON saltava 1,98%, após pedido de registro de IPO de sua unidade de minério de ferro, operação que pode ser uma das maiores realizadas por companhias brasileiras em 2020.

EMBRAER ON avançava 0,47%, após comunicar entregas de 28 jatos no terceiro trimestre, que fechou com uma carteira de pedidos firmes de 15,1 bilhões de dólares. Para analistas do Bradesco BBI, os dados foram fracos, mas alinhados com a sua visão de que a pandemia impactou severamente o setor aéreo global.

CVC BRASIL ON registrava alta de 0,19%, após comunicar prejuízo líquido de 252,1 milhões de reais no segundo trimestre, ante pro forma de 98,5 milhões de um ano antes. Os números foram divulgados com atraso após a a companhia detectar distorções contábeis. A operadora de turismo deve divulgar os resultados do terceiro trimestre em 16 de novembro.

GOL PN avançava 0,2% e SMILES ON (fora do Ibovespa), ganhava 1,54%, tendo como pano de fundo a notícia de que seus acionistas abriram um processo arbitral contra a Gol por medidas de adiantamento de recursos durante a pandemia de Covid-19. Para levantar recursos em meio a crise, a Gol vendeu passagens para a sua controlada Smiles de forma antecipada. Os acionistas da Smiles levaram para a arbitragem uma solicitação de anulação dessas operações, com a devolução de cerca de 1,6 bilhão de reais, segundo informações do Valor Econômico.

VALE ON desvalorizava-se 0,4%. A mineradora informou que sua produção de minério de ferro da mineradora foi de 88,7 milhões de toneladas no terceiro trimestre, alta de 2,3% frete o mesmo período de 2019, enquanto as vendas de minério de ferro totalizaram 65,77 milhões de toneladas, recuo de 11,2% na mesma base de comparação.