Quebra na safra de trigo do RS deve ser de pelo menos 30%, diz Fecoagro

O Rio Grande do Sul, segundo maior produtor de trigo brasileiro, deverá registrar uma quebra de safra de no mínimo 30% em relação às projeções iniciais, com a produção de 2020 prevista em cerca de 2 milhões de toneladas, segundo informações divulgadas nesta terça-feira pela Federação das Cooperativas Agropecuárias do Estado (FecoAgro/RS).

Para Paulo Pires, presidente da FecoAgro/RS, Paulo Pires, o agricultor apostou no cereal este ano em meio a bons preços, mas o potencial produtivo da safra foi comprometido por geadas e falta de chuvas.

No Estado, os trabalhos de colheita continuam, com regiões de clima mais quente, como as Missões, já tendo chegado a 50% da área. A Emater-RS disse que até a semana passada cerca de 20% da lavoura do Rio Grande do Sul havia sido colhida.

“Da euforia passamos para a frustração. Iniciamos um plantio com 26% de aumento de área e o Rio Grande do Sul sonhou em colher 3 milhões de toneladas de trigo. Infelizmente tivemos uma geada em 22 de setembro que levou parte deste potencial produtivo e depois a seca, somando dois eventos climáticos em uma cultura só”, afirmou Pires em nota publicada pela FecoAgro.

Os “preços excepcionais” que o produtor de trigo tem atualmente, de mais de 70 reais a saca, não serão aproveitados por muitos deles, já que cerca de 1 milhão de toneladas está comprometido com contratos fechados previamente com valores mais baixos, explicou o presidente da FecoAgro/RS.

Se a estimativa da entidade for confirmada, a produção ficará um pouco aquém da colheita de 2,2 milhões de toneladas da última safra.

Por sua vez, o Paraná tem uma colheita projetada em cerca de 3,3 milhões de toneladas, de acordo com a última estimativa do Departamento de Economia Rural (Deral). Os trabalhos no Estado estão quase no fim, com mais de 80% da área colhida.