Soja: pelo tamanho da liquidação, parece mais Brasil no preço do que USDA e Pro Farm

A soja para entrega em novembro na Bolsa de Chicago (CBOT) vai fechar pouco abaixo ou pouco acima dos menos 1,40% (US$ 13,40) desta passagem da terça (22), 14h50 (Brasília), em movimento que surpreende pelo grau de liquidação, mas nem tanto pelos fatos por trás.

Desde ontem as cotações mostram que há resistência para atingir os US$ 14, porque tem safra brasileira chegando ao plantio com perspectiva de ser cheia – e sem enfrentar problemas de janela pelo clima sendo visto propício no início.

As estimativas já falam em 163 milhões de toneladas, frente aos 155 milhões/t da anterior.

E dessa anterior, a 22/23, ainda tem muita coisa para sair. E vai sair meio que marra, como já vem ocorrendo. Deve ter entre 35 a 45 milhões de toneladas.

Mesmo que a demanda insufle os preços num dado instante, como até ontem, chega um ponto em que abasta mais o mercado.

O milho safrinha está praticamente concluído. Não tem lugar onde ser guardado. E os preços ainda estão baixos, o que indica a necessidade de se fazer dinheiro com as exportações de soja.

E vem a colheita americana que vai bater com tudo isso.

Vai chegar ao mercado menor, talvez na faixa dos 114 milhões de toneladas, mas é oferta entrando.

Enquanto isso, o samba do clima nos EUA impregna um pouco, mas vai deixando de ser importante. As lavouras, quase todas, estão no ponto ou entrando no ponto para a colheita.

O USDA segunda mostrou que as classificações das lavouras entre boas e excelentes ficaram em 59%, como no relatório anterior de progresso de safra, e agora especula-se que o Pro Farm Corp Tour, sempre muito esperado, dê algum melhor resultado.

Mesmo assim não deverá ser grande coisa e o tempo está seco e muito quente por lá.