Agronegócio
Pesquisa revolucionária mostra que sementes de chia seguem os padrões matemáticos de Alan Turing
Trabalho acadêmico recente revela que um famoso gênio do passado estava correto em suas conjecturas.
Alan Turing foi um famoso matemático britânico, conhecido hoje em dia pelas alcunhas de pai da computação e da Inteligência Artificial. E tais títulos não são para menos: afinal, o cientista criou uma máquina que nada mais era do que um computador primitivo, utilizada na época para decodificar a criptografia das comunicações dos nazistas.
Graças ao invento dele, foi possível quebrar o código dos alemães e ter acesso a informações privilegiadas, possibilitando que as forças aliadas se adiantassem e obtivessem vantagens durante o período da 2ª Guerra Mundial.
Voltando aos dias de hoje, foram realizados alguns experimentos envolvendo sementes de chia e os resultados demonstram que as teorias dele sobre padrões estavam absolutamente corretas. Em 1952, Alan publicou um estudo chamado “A Base Química da Morfogênese“, no qual falou sobre os “Padrões de Turing” descobertos por ele mesmo.
De acordo com o pesquisador, na natureza os padrões podem aparecer naturalmente ou a partir de um estado homogêneo, como ocorre na vegetação presente no deserto, nas manchas de um leopardo ou até mesmo nas listras do corpo de uma zebra.
Por sua vez, Flavio Fenton, um físico associado ao Instituto de Tecnologia da Geórgia, nos EUA, afirma que as fórmulas de Turing ainda não haviam sido comprovadas, pelo menos no que diz respeito à vegetação. Entretanto, uma investigação feita recentemente por um estudante dele, conseguiu confirmar tais teses.
Como o trabalho foi realizado?
Os resultados dos estudos foram apresentados em um evento da organização American Physical Society, e as plantas utilizadas foram as sementes de chia. Logo, para dar vida ao experimento, foram distribuídas sementes em pequenos recipientes e, para cada um, foi utilizada uma técnica diferente de plantio.
Além disso, os acadêmicos também se valeram de quatro substratos distintos. Seguidamente, depois de uma semana, ambos puderam reparar que a padronização apresentada pela chia era semelhante aos desenhos encontrados nos ecossistemas naturais, seja em vegetações ou nas marcas na pelagem dos bichos.
Por fim, a equipe afirma que a quantidade de água usada para irrigar o solo e o clima da localidade são capazes de interferir de forma direta no surgimento de tal fenômeno. Consequentemente, eles pretendem se aprofundar mais no tema para publicar um levantamento mais detalhado futuramente.
A ecologista, matemática e estudante de pós-doutorado na Universidade Estadual do Mississippi, Natasha Ellison, elucida:
“Os padrões de Turing são vistos na vegetação de todo o mundo. É fantástico vê-los sendo recriados em laboratório. Os cientistas estão apenas encontrando produtos químicos e sinais específicos em sistemas biológicos que explicam esses padrões visuais e, variando a quantidade de produtos químicos em ambientes de laboratório e na matemática correspondente, somos capazes de mostrar que há alguma verdade na teoria de Turing.”
E ela conclui:
“O trabalho de Fenton sobre padrões de sementes de chia é um ótimo exemplo para mostrar que Alan Turing realmente tinha um gênio notável para explicar o mundo natural.”
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