Economia
Instável, após cair 0,6%, em julho, produção industrial avança 0,4% em agosto
Mesmo reagindo, setor ainda acumula queda de 0,3% no ano e alta de 0,1% em 12 meses
Após esboçar reação, subindo só 0,1%, em junho último, e despencar 0,6% no mês seguinte, a produção industrial retomou o viés positivo em agosto, ao crescer 0,4%, conforme apontam dados da Pesquisa Industrial Mensal (PIM), divulgada nesta terça-feira (3) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Apesar do avanço do mês passado, no comparativo anual, tenha sido mais expressivo (0,5%), no acumulado do ano, porém, há queda de 0,3% e crescimento de apenas 0,1%, no período de 12 meses.
De acordo com o gerente da pesquisa, André Macedo, “mesmo com o resultado de crescimento em agosto de 2023, a indústria permanece distante de recuperar as perdas do passado recente, estando, nesse momento, 1,8% abaixo do patamar pré-pandemia, ou seja, fevereiro de 2020, e 18,3% abaixo do ponto mais elevado da série histórica, que foi alcançado em maio de 2011”.
Ao observar que o setor industrial permanece preso a um quadro de ‘perde e ganha’, girando em torno do mesmo patamar, Macedo acentua: “Note que, no acumulado dos últimos 12 meses, foram três meses de variação nula. E mesmo com o recuo atual, de 0,1%, ainda está próximo de zero”, explica, ao ressaltar que o cenário atual da indústria pode ser explicado pela política monetária de caráter mais restritivo, a despeito de movimentos que já são feitos na redução da taxa de juros. “Porém, ainda temos um patamar elevado dos juros, o que afeta as decisões de consumo e também de investimentos”, completou o gerente da PIM.
Por segmentos, na passagem de julho para agosto, 18 dos 25 ramos industriais da PIM registraram aumento de produção, em especial, farmoquímicos e farmacêuticos (18,6%), veículos automotores, reboques e carrocerias (5,2%) e equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (16,6%).
Pelo lado negativo, os maiores recuos foram apresentados pelas indústrias extrativas (-2,7%), produtos diversos (-8,0%), couro, artigos para viagem e calçados (-4,2%) e de metalurgia (-1,1%). Celulose, papel e produtos de papel integram um segmento que apresentou estabilidade no mês.
Das quatro grandes categorias econômicas da indústria, três exibiram expansão: bens de consumo duráveis (8%), bens de consumo semi e não duráveis (1%) e bens de capital, isto é, as máquinas e equipamentos usados no setor produtivo (4,3%). Em contraponto, os bens intermediários (insumos industrializados) caíram 0,3%.
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