Mundo
Como com a Ucrânia, Lula tem chance de nova lambança no caso Israel-palestinos
Governo Lula pode se enrolar mais uma vez em não ser claro em qual dos lados o Brasil está
O governo Lula, inclusive na presidência do Conselho de Segurança da ONU, tem outra batata quente para assumir com o conflito de Israel e palestinos de Gaza.
À medida em que sobe o número de mortos dos dois lados, com tendência da crise até escapar para outros atores, a situação para o governo brasileiro ficará mais desconfortável.
Em certo modo, lembra o caso da Ucrânia, no qual o presidente condenou a invasão, sem dar respaldo à presumível inocência dos invadidos. Foi um bela lambança, somente não condenada pela Rússia e China.
Beirou quase como complacência com os invasores. Nesta segunda, após o fiasco da reunião de emergência na ONU, convocada pelo Brasil, o ex-chanceler Celso Amorin, assessor especial para assuntos internacionais do governo, não deixou de lembrar que Israel estimulou as ações terroristas com as hostilidades sobre os palestinos, a partir dos assentamentos de colonos judeus nas terras dos ‘inimigos’.
Espremido pela sua agenda externa Sul-Sul, entre as quais se destaca o apoio às reivindicações da Palestina e condenando as anexações de territórios árabes por Israel, tem de lidar com a comoção dos cerca de 900 civis mortos (até o momento desta publicação, segundo o jornal Haaretz) na invasão da fronteira, pela Faixa de Gaza.
Ainda que se queira descontar o cerco à Gaza e Cisjordânia há anos e incontáveis mortos palestinos civis, milhares dos quais também por desnutrição e por doenças que seriam controláveis não fosse as barreiras impostas por Israel, a condenação ao Hamas é quase consensual entre o mundo desenvolvido.
Nem por vingança há quem possa defender jovens em rave, idosos e crianças sendo assassinados ou sequestrados.
Os próximos acontecimentos são sombrios – o grupo terrorista ameaça executar os reféns, em número desconhecido –, mais ainda se o Hezbollah entrar na guerra. Pensar em uma extensão da crise chegando até o Irã, apoiador incondicional da causa palestina e fornecedor de armas, vislumbra-se uma crise fora de controle.
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