Investimentos
Boi mais barato deve estar nos balanços do 3T23 dos frigoríficos; JBS e Marfrig ainda terão os EUA no calcanhar
Os resultados operacionais de mercado interno devem melhorar para os frigoríficos nos balanços que serão conhecidos em 8/11 (Minerva|), 9/11 (Marfrig) e 13/11 (JBS)
Os frigoríficos de bovinos estão no centro das atenções do setor de alimentos com ações na bolsa de valores nesta temporada de balanços do terceiro trimestre de 2023 (3T23), prestes a começar.
Entre lucro bastante comprimido para Minerva Beef (BEEF3) e prejuízo da JBS (JBSS3) e da Marfrig, no 2T23, de julho a setembro as companhias viveram ‘dois’ períodos distintos em dois fundamentos importantes, como custo da originação e exportações no mercado interno.
O boi caiu muito, especialmente, em julho e agosto, mas começou uma recuperação na segunda quinzena de setembro, mas que não foi muito capturada nos balanços que serão conhecidos. O dólar, por sua vez, também ganhou tração ao final de setembro.
Desse modo, é bem provável que tenha havido uma melhora na janela exportadora, com matéria-prima mais barata melhorando as margens ante a pressão de preços menores, especialmente para a China – mais de 24% de recuo ano contra ano – apesar do real mais forte.
O frigorífico Minerva, cujo resultado do 3T23 sairá dia 8 de novembro, maior exportador e maio dependente de China, deve ter se beneficiado e melhorado seu desempenho frente trimestre anterior, quando apurou lucro líquido de R$ 120 milhões. Esse valor foi 71,6% menor que o 2T22, mas 5% superior ao 1T23, marcado pelo embargo à China.
Há a dívida do Minerva pendendo sobre o desempenho das ações, especialmente pela compra de 16 unidades do Marfrig (11 no Brasil) por R$ 7,5 bilhões, anunciada no fim de agosto. Depende do Cade o negócio, que não deve oferecer obstáculos, mas a empresa já foi ao mercado buscar US$ 1 bilhão em bonds e R$ 2 bilhões em debêntures.
Para JBS (balanço dia 13/11) e Marfrig (9/11), apesar daqueles fatores como boi mais em conta no 3T23, melhorando suas margens, o resultado operacional de ambas depende muito dos Estados Unidos, onde possui subsidiárias fortes.
A JBS ainda apresenta maior resiliência que Marfrig, por poder contar com as operações com suínos e frangos – inclusive com a Seara no Brasil -, mas o ciclo do boi americano segue com oferta mais curta, oferecendo margens mais estreitas, ainda que a inflação tenha dado uma modesta queda.
De abril a junho, a companhia dos irmãos Batista apresentou ao mercado R$ 198,1 milhões de prejuízo líquido, revertendo os R$ 4,2 bilhões na base comparativa anual.
Já o tombo da Marfrig resultou em prejuízo de R$ 784 milhões, para um lucro quase parecido ao do JBS no 3T22.
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