Economia
‘Aposta’ de solução breve para conflito em Israel derruba juros futuros
DI para janeiro de 2024 cai para a 12,20% e DI para janeiro de 2029 desce a 11,31%.
Avanço de rendimentos dos Treasuries (papéis do Tesouro do EUA) e da tensão geopolítica à parte, os juros futuros recuaram, na sessão desta segunda-feira (16), mediante o entendimento predominante do mercado, no sentido de que o conflito no Oriente Médio não deverá se agravar, ou seja, envolver as grandes potências por trás da guerra, o que acabou sendo precificado pela retração do dólar e do petróleo.
Também fomentou o maior ‘apetite de risco’ a informação que o indicador de atividade econômica nos EUA teria caído mais do que o esperado, o que levou o presidente do Fed da Filadélfia, Patrick Harker, a prever, de pronto, que o ciclo de aperto monetário terminou.
Em decorrência de tais fatores, a taxa do DI para janeiro de 2024 baixou de 12,20%, do ajuste anterior, para 12,19%; a taxa de janeiro de 2025 recuou de 10,988% para 10,940%; a do DI para janeiro de 2026 encolheu de 10,80% para 10,73%; o DI para janeiro de 2027 retrocedeu de 10,99% para 10,89%, e a do DI para janeiro de 2029 caiu de 11,45% para 11,31%.
Em virtude do viés declinante das taxas futuras, o investidor buscou auferir parte dos prêmios, que estariam acumulados na última sexta-feira (13), em compasso com o aumento da tensão na Faixa de Gaza, após o ultimato dado pelas autoridades israelenses para desocupação do território, medida que precederia a invasão por terra das forças de Israel.
‘Estratégia cuidadosa’ – Traduzindo a expectativa de uma solução mais amena para o conflito, o estrategista-chefe do Banco Mizuho, Luciano Rostagno, assinalou que “não se espera que o conflito vá escalar e evoluir depois da fala de Biden. A expectativa é de que a estratégia de Israel será mais cuidadosa”. O estrategista fazia menção à declaração do presidente ianque, que teria classificado como ‘um grande erro’ a ocupação de Gaza por Israel.
Embora entenda que o ‘nervosismo’ do mercado parece ter se ‘estabilizado’, o economista-chefe-adjunto da Capital Economics, Jonas Goltermann considera ‘improvável’ que a incerteza atual se dissipe tão cedo. “Embora os preços do petróleo tenham caído hoje, ainda estão bem acima dos níveis de há duas semanas, refletindo os riscos para o abastecimento no caso de o conflito se agravar e envolver o Irã”, analisou.
No período da tarde, as taxas futuras renovaram mínimas, sobretudo nos vencimentos de longo prazo, em sintonia com o maior ‘alívio’ no setor cambial, quando o dólar superou a marca de R$ 5,05, enquanto foi assimilada a pressão dos Treasuries, após a migração de recursos de investidores para as ações.
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