Economia
Alastramento da guerra poderá ter efeitos econômicos globais devastadores de longo prazo
Alerta foi lançado pelo professor-adjunto da Universidade de Helsinki, Tuomas Malinen
O eventual alastramento da guerra no Oriente Médio poderá trazer efeitos devastadores sobre a economia mundial. Tal cenário sombrio consta de análise divulgada, na semana passada, pelo professor-adjunto da Universidade de Helsinki (capital finlandesa) e CEO da empresa GnS Economics, Tuomas Malinen, que abordou o impacto econômico decorrente do agravamento das tensões na região, que descambe em uma escalada militar incontrolável.
Nesta hipótese, Malinen elencou dez riscos principais, na hipótese de aprofundamento do conflito entre Israel e o grupo terrorista Hamas:
- O conflito se torna uma guerra regional na qual os Estados Unidos se envolvem diretamente.
- A Opep reage com um embargo ao petróleo.
- O Irã fecha o Estreito de Ormuz.
- O preço do petróleo chega a US$ 300 por barril.
- A Europa enfrenta uma crise energética severa devido à falta de GNL.
- O aumento dos preços de energia reacende a inflação e força uma reação dos bancos centrais.
- Os mercados financeiros e o setor bancário global entram em colapso.
- A crise da dívida engolfa os Estados Unidos, forçando o Federal Reserve (Fed, o bc ianque) a implementar um novo plano de socorro aos mercados financeiros.
- O comércio de petrodólares desaba.
- A hiperinflação surge.
Como exemplo histórico do efeito econômico catastrófico decorrente de um estado de guerra, o CEO da GnS Economics citou a Guerra do Yom Kippur em 1973, em que a Opep impôs um embargo ao petróleo, como retaliação ao apoio dado por países ocidentais a Israel. Em apenas seis meses, comenta Malinen, o preço do barril cresceu ‘estratosféricos’ 300%, “atingindo em cheio os Estados Unidos que, na época, eram inteiramente dependentes do petróleo do Oriente Médio”.
No caso atual, a forte reação israelense aos assassinatos e sucessivos ataques desferidos pelo Hamas poderia redundar numa declaração de guerra pelo Irã (outro grande produtor de petróleo) e pela Síria, dois grandes inimigos da nação judaica, o que praticamente ‘forçaria’ os EUA a saírem em defesa de seu aliado Israel. Antes mesmo que isso ocorra, os Estados Unidos já enviaram seus maiores porta-aviões à região, como forma de intimidar seus adversários. A jogada seguinte, nesse ‘xadrez geopolítico’, seria a aplicação de um novo embargo da commodity, por parte da Opep, como já o fez, na década de 70.
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