Economia
Expectativa de conflito militar localizado mantém petróleo em queda
Enquanto o tipo Brent recuou 2,44% a US$ 87,93 o barril, o WTI caiu 2,55% a US$ 83,21 o barril
A percepção do mercado de que o conflito no Oriente Médio não deve se ampliar, além de sinais de enfraquecimento de demanda, por parte dos Estados Unidos, fizeram com que os preços do petróleo apresentassem viés de queda, na sessão desta quinta-feira (26).
Devido a esses fatores, os contratos da commodity do tipo Brent (referência global) recuaram 2,44% (menos US$ 2,20) a US$ 87,93 por barril, ao passo que o tipo WTI (referência ianque) apuraram queda de 2,55% (menos US$ 2,18) a 83,21 por barril.
A ‘mudança’ de visão contrasta com a que prevalecia, até recentemente, no sentido de a guerra travada entre Israel e o grupo terrorista palestino Hamas poderia envolver outros países, como o Irã e os Estados Unidos, o que afetaria o abastecimento global de petróleo.
Na avaliação do sócio da Again Capital LLC, John Kilduff, “o prêmio de segurança que pagamos desde o início do mês parece estar diminuindo”. O entendimento de analistas seria de que os Estados Unidos estariam convencendo Israel a adiar a invasão de Gaza, como resposta aos ataques perpetrados pelo Hamas no território israelense, que deixou um saldo de, pelo menos 1,3 mil mortos, milhares de feridos, sem contar centenas de reféns, ainda em poder do grupo terrorista.
No caso da pátria ianque, em específico, também pesou na cotação do insumo energético o fato de que o aumento de 1,4 milhão de barris em estoques de petróleo bruto dos EUA (421,1 milhões de barris) na última semana, sinalizaria ‘fraqueza’ de demanda. Também contribuiu para conter o avanço das cotações do insumo energético dados recentes que mostram uma economia ianque em pleno vigor e em expansão, o que reforçaria a tese de que o Federal Reserve (Fed) – o bc estadunidense – deverá manter, por tempo indefinido, os juros em níveis altos, tendo em vista conter a inflação local e, por tabela, o consumo.
Embora o conflito israelense-palestino continue no radar dos investidores, a não concretização da ameaça de interrupção da oferta da commodity acabou determinando a retração nas cotações. Assim como na pátria estadunidense, na Europa, o comunicado do Banco Central Europeu (BCE) reforçou o entendimento majoritário quanto à fraqueza da demanda global pelo petróleo na Zona do Euro, ainda que a autoridade monetária local tenha decidido manter os juros no patamar atual.
Na avaliação do analista da Oanda, Craig Erlam, “a economia continua sendo um fator baixista para os preços do petróleo, com os traders claramente preocupados com as perspectivas para o crescimento num contexto de taxas de juro elevadas. A Europa já está em dificuldades sob pressão, como o BCE fez questão de salientar hoje”.
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