Dona da Starbucks Brasil pede recuperação judicial, mas Justiça de SP rejeita

A dona da Starbucks Brasil pediu recuperação judicial, mas Justiça de SP rejeitou.

A SouthRock Capital protocolou o pedido em caráter de urgência, mas o juiz Leonardo Fernandes dos Santos, da 1ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais de São Paulo, pediu uma constatação prévia, uma perícia que avalia se a empresa tem condições reais de se recuperar após o processo.

O magistrado argumentou que “há dúvidas concretas até mesmo da competência deste Juízo para análise da matéria, uma vez que, do que consta até o momento nos autos, verifica-se verdadeiro litígio de direito empresarial envolvendo contrato de exploração de marca”. Ele também declarou que o autor do pedido de recuperação “faz alegações genéricas” e não apresenta documentos citados no pedido.

O caso

Vale lembrar que a SouthRock Capital também é dona do Eataly, no Brasil, e suas dívidas alcançam o montante de R$ 1,8 bilhão. A empresa se vê pressionada pelos juros altos, inflação persistente e crescimento da concorrência.

O varejo de alimentos no Brasil foi um dos mais afetados pela pandemia de coronavírus, que chegou ao país em fevereiro de 2020, e deixou de ser considerada uma ameaça global em maio de 2023. Por conta dos lockdowns constantes, ou seja, fechamento de empresas e comércios, muitas lojas, supermercados e demais redes começaram a colapsar financeiramente.

BTG

O BTG Pactual informou, em relatório, que após um fundo o varejo passa por uma recuperação difícil e as tendências do setor neste semestre seguem fracas.

O banco de investimentos lembra que o varejo é altamente correlacionado com o cenário macro. “Os mercados se recuperaram em meados de 2023, com os investidores prevendo que o segundo trimestre seria o fundo do poço para a maioria dos nomes que cobrimos. Isto provou ser verdade na maioria dos casos, mas o terceiro trimestre deve apresentar uma tendência do setor mais fraca do que o esperado em relação às expectativas de alguns meses atrás”, pondera.