Economia
“Temos espaço para a economia crescer, pois há muita ‘gordura monetária’ para queimar”
O petardo certeiro foi disparado por Haddad contra Campos Neto, por conta da Selic elevada
Diante da perspectiva de um ritmo de queda da Selic (taxa básica de juros) mais lento – sobretudo em decorrência do conturbado cenário geopolítico global e da maior disposição de elevação das taxas pelos bancos centrais – o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, abandonou a inércia (talvez pressionado pelo chefe, o ocupante do Planalto) e decidiu partir para o ataque contra a política de aperto monetário de seu ‘amigo’, ‘xerife do real’ e presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto.
“Temos espaço para fazer a economia crescer, pois há muita ‘gordura’ monetária para queimar”, disparou, nesta segunda-feira (6), o comandante da economia, ao justificar a repentina ‘animosidade’ pelo fato de a Selic ‘ainda’ estar a 12,25% ao ano, com possibilidade até de voltar a subir, ante à volatilidade externa.
“Depois de um ano de trabalho, caiu 1,5 ponto porcentual [a Selic]. Temos espaço para um juro civilizado no Brasil, desde que haja compromisso dos Três Poderes”, voltou a metralhar o ministro, ao argumentar que “o desafio de curto prazo no Brasil, que requer cuidados, é recolocar na ordem do dia o compromisso com arrumar a casa”.
A respeito da celeuma de seu ‘voto de fé’ no seu ‘desacreditado’, para muitos, déficit zero em 2024, Haddad explicou que a “meta de resultado fiscal não é ‘da cabeça do ministro da Fazenda’ ou do ‘desejo do presidente da República’, mas sim um trabalho em parceria entre os Poderes. O Judiciário, o Legislativo e o Executivo, que precisam entender a repercussão de suas decisões”.
Voltando à carga na crítica à gestão dos juros pelo BC, o ministro observou que, em contraste com nações africanas e sul-americanas, muito endividadas, o Brasil possui reservas e volume suficiente para ‘blindar’ a economia de turbulências internacionais e isso desde a crise de 2008”, sustentou. Esta última assertiva de Haddad vai de encontro com o principal argumento do BC para colocar em ‘banho morno’ a intensidade de queda da Selic: a turbulência do quadro externo.
Pelo menos, por enquanto, não há certeza de que a bateria antiaérea acionada pela Fazenda contra os juros elevados tupiniquins contará com uma resposta à altura de Campos Neto, que ainda por cima se vê envolvido em outra polêmica: a suspeição de que estaria legal (e moralmente) impedido de arbitrar sobre a Selic, por conta de uma suposta conta offshore que este mantém num paraíso fiscal.
No bojo do escândalo conhecido como Pandora Papers, em outubro de 2021, um consórcio internacional de mídia incluiu Campos Neto no rol de ‘figurões’ que detêm contas isentas de tributação, com um aporte de US$ 1 milhão junto à empresa COR Asset, aberta em 2004, nas Ilhas Virgens.

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