Economia
Incertezas fiscais passam a dominar o cenário econômico do país
É o que admitiu o presidente do BC, Campos Neto, ao propor que governo ‘persiga’ meta fiscal
Ponto ‘nevrálgico’ da atual política econômica petista, as incertezas quanto à capacidade do governo de cumprir as metas fiscais passaram a dominar o cenário econômico nacional. A constatação foi feita, durante o ‘Fórum de Estratégias de Investimentos’ – organizado pela Bradesco Asset e pelo Bradesco Global Private Bank – pelo presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, nesta terça-feira (7). “O cenário global, juros nos EUA, conflitos geopolíticos, estão intensos, mas, aqui no Brasil, as incertezas fiscais têm dominado o cenário local”, afirmou.
As declarações do dirigente da autoridade monetária ‘fazem eco’ ao tom de advertência, adotado pela Ata do Copom (Comitê de Política Monetária), no sentido de defender que os objetivos para as contas públicas sejam buscados com firmeza, ante o risco de um eventual ‘afrouxamento’ fiscal no ano que vem.
Prêmio de risco avança – De acordo com a ata, “o Comitê [Copom] vinha avaliando que a incerteza fiscal se detinha sobre a execução das metas que haviam sido apresentadas, mas nota que, no período mais recente, cresceu a incerteza em torno da própria meta estabelecida para o resultado fiscal, o que levou a um aumento do prêmio de risco”,
Como fator determinante para o processo de redução da inflação no país, que ‘está muito forte’, Campos Neto apontou a desinflação do setor de alimentos, com a ressalva de que “há muitas incertezas nesse sentido”. Para o ‘xerife do real’, “em meio a desafios de várias frentes, muito provavelmente o país terá uma taxa de juros mais alta por mais tempo”, previu.
No campo externo, porém, Campos Neto observa “há uma incerteza adicional sobre desinflação vinda de preços de energia com incertezas sobre o comportamento do petróleo em meio ao conflito no Oriente Médio”.
‘Afrouxamento, não!’ – Não há expectativa do mercado por déficit primário zero em 2024, mas que o governo ‘persiga’ a meta fiscal, uma vez que um ‘afrouxamento’ nesse aspecto, a partir de 2025, faria com que aumentasse consideravelmente o prêmio de risco (pago pelo governo para vender seus títulos ao mercado).
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