Jalles Machado reverte lucro e tem prejuízo de R$ 47,6 mi no 2TRI24

A Jalles Machado (JALL3) reportou prejuízo líquido de R$ 47,6 milhões no segundo trimestre da safra 2023/24, conforme balanço encaminhado ao mercado.

Com esse resultado, a companhia, considerada a maior empresa sucroalcooleira da região Centro-Oeste, reverteu o lucro líquido anterior de R$ 177,5 milhões.

O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado marcou R$ 305,7 milhões no período, queda de 14,3%, e a receita líquida marcou R$ 465,9 milhões, recuo de 4,1%.

A administração comunicou que processou 3,2 milhões de toneladas de cana no segundo trimestre, 2,5% mais que um ano antes. Entretanto, elencou que o etanol representou 60,8% do mix de produção, contra 39,2% do açúcar – e, este ano, o açúcar está oferecendo remunerações melhores que o biocombustível para as usinas. Nesse contexto, a Jalles está investindo em suas unidades para ampliar a participação do açúcar no mix.

Jalles Machado (JALL3)

Vale lembrar que um mês atrás o Bradesco BBI revisou suas projeções para os ativos desse setor na B3.

Os analistas Leandro Fontanesi e Pedro Fontana elevaram a recomendação para as ações da São Martinho (SMTO3) e da Jalles Machado de “neutra” para “outperform” (desempenho acima da média do mercado, equivalente a compra), conforme destacado no relatório intitulado “Super El Niño = Super retornos”.

“Elevamos nossas perspectivas para São Martinho e Jalles Machado, refletindo nossa visão otimista em relação aos preços do açúcar, impulsionados pela alta probabilidade de um forte evento ‘El Niño’ ocorrer durante o 4T23-1T24, historicamente resultando em redução da produção global de açúcar”, afirmam os analistas.

Além disso, as preocupações quanto aos estoques elevados de etanol parecem estar já precificadas após a recente queda nos preços das ações do setor. As novas projeções do banco incorporam um aumento médio de 59% no preço do açúcar para 2023/2024, o que se encontra 46% acima das curvas futuras. A estimativa é que os preços comecem a se recuperar a partir de setembro de 2023, como observado em anos anteriores de ocorrência do El Niño.