Empresas
Joint-venture da BRF e da AES Brasil busca R$ 300 mi com debêntures
JPMorgan rebaixou recomendação.
A Potengi Holding, joint-venture entre a BRF (BRFS3) e a AES Brasil (AESB3), está buscando captar R$ 300 milhões por meio da emissão de debêntures incentivadas. A oferta, destinada a investidores profissionais, está programada para iniciar nesta sexta-feira (26).
Os títulos terão um prazo de 18 anos e oferecerão uma remuneração de 7,37% ao ano. A Potengi Holding foi estabelecida em 2022 com o propósito de construir um parque de geração de energia eólica no Rio Grande do Norte. Uma parte da energia gerada será consumida pela BRF. A coordenação da operação está a cargo da XP (como líder) e do UBS BB.
Vale lembrar que um mês atrás o JPMorgan rebaixou a recomendação para a ação da BRF de compra para neutro, após o papel registrar uma alta de 78% no acumulado do ano, aproximando-se do preço-alvo com base em estimativas acima do consenso.
De acordo com o banco, a recuperação da BRF está acontecendo de forma consistente, impulsionada pela oferta subsequente realizada este ano, que contribuiu para a melhoria da estrutura de capital e resultou em custos de dívida mais baixos. O programa de eficiência “BRF Mais” também está impactando positivamente os indicadores-chave de desempenho da empresa.
BRF (BRFS3)
O JPMorgan observa que as dinâmicas de mercado são amplamente favoráveis, com os custos de ração em mínimos de vários anos, o fornecimento de frango in natura atingindo o pico, e os preços de alimentos processados mantendo-se bem, mesmo diante da concorrência aumentada. Esses fatores contribuem para margens saudáveis de dois dígitos altos no Brasil.
No entanto, os analistas acreditam que as avaliações atuais da BRF já refletem em grande parte esse cenário positivo. A ação está sendo negociada com um rendimento de fluxo de caixa livre (FCF) de apenas 7,1% em 2024, enquanto os pares estão na faixa de 13-15%. O múltiplo Valor da Firma (EV)/Ebitda também está em 6 vezes, em comparação com os pares locais em 4,8 vezes e uma média de cinco anos de 6,6 vezes.
Diante disso, o JPMorgan recomenda que os investidores aguardem por um ponto de entrada com uma avaliação mais favorável ou maior visibilidade sobre as margens do negócio internacional de frango. Os analistas veem 2024 como um ano de transição e mantêm o preço-alvo para dezembro de 2024 em R$ 15,5 por ação.
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