Ibovespa despenca 3% contaminado por exterior em meio a avanço do coronavírus

O Ibovespa estava em forte queda nesta quarta-feira, abaixo dos 97 mil pontos, em meio à indisposição a risco nos mercados do exterior por causa do aumento de casos de Covid-19, com uma série de resultados corporativos e expectativas para a decisão de juros do Banco Central no radar dos investidores.

Às 11:28, o índice de referência recuava 3,03%, a 96.584,2 pontos, com todas os papeis no vermelho. O volume negociado totalizava 8 bilhões de reais.

Em Wall Street, os pregões caíam acentuadamente, com o aumento de casos de coronavírus a uma taxa alarmante nos Estados Unidos e na Europa ofuscando esperanças sobre a recuperação econômica global, tom negativo agravado por perspectivas de uma disputa acirrada pela presidência dos EUA.

Em nota, a equipe da XP Investimentos afirmou que “a contínua elevação do número de casos de Covid-19 na Europa segue preocupando os mercados sobre a recuperação econômica do continente no quarto trimestre, e governos consideram medidas mais restritivas”.

A a aversão ao risco dos EUA também chega forte, há poucos dias das eleições e a alguns bilhões de dólares de distância de um novo pacote de estímulos, acrescentou a XP.

No cenário doméstico, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central termina sua reunião nesta quarta-feira e a expectativa no mercado é de que a autoridade comunique que vai manter a taxa Selic em 2% ao ano.

Oo comunicado pode sinalizar uma eventual mudança nas intenções do Copom para as próximas reuniões, acredita a Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos do Bradesco.

“Esperamos ajustes, com reconhecimento dos riscos no cenário global, da continuidade da retomada da atividade econômica doméstica e da elevação das pressões inflacionárias de curto prazo”, disse o Bradesco em relatório a clientes.

“Ao mesmo tempo, o foco estará voltado para a sinalização relativa a reduções adicionais da Selic e as condicionalidades relacionadas ao forward guidance (política fiscal, cenário para a inflação e expectativas para a inflação)”, acrescentou.

Destaques da manhã

GERDAU PN cedia 5,12%, mesmo após reportar balanço forte no terceiro trimestre, com Ebitda ajustado de 2,1 bilhões de reais. VALE ON, que divulga seu balanço trimestral após o fechamento, caía 2,13%. A aversão a risco generalizada abatia todas as ações do setor de mineração e siderurgia na B3.

AZUL PN e GOL PN despencavam 5,8% e 5,22%, respectivamente, com o setor sendo profundamente afetado pelas preocupações sobre potenciais consequências do aumento de casos de Covid-19 no mundo em seus negócios.

RD ON caía 5,1%, a despeito da alta de 13,4% no lucro líquido ajustado no terceiro trimestre, para 172,9 milhões de reais. Na véspera, os papeis da empresa subiram 2%, com alta mensal acumulada de quase 19%.

CIELO ON tinha queda de 2,85%, devolvendo ganhos do início da semana, após reportar tombo de 71,5% no lucro líquido do terceiro trimestre ante o mesmo período de 2019, para 100,4 milhões de reais. A receita líquida totalizou 2,88 bilhões de reais, salto de 2,9% ano a ano, e alta de 17,6% contra o segundo trimestre.

LOCALIZA ON tombava 2,46%, após alta acentuava na véspera. A companhia divulgou ontem que seu lucro líquido do terceiro trimestre cresceu quase 60% ante mesmo período do ano passado, impulsionado por uma retomada de negócios nas divisões de aluguel de veículos e de venda de seminovos.

PETROBRAS PN, que divulga balanço após o fechamento, perdia 4,48%, na esteira da queda do petróleo no exterior. O dia também é marcado pela aprovação de uma revisão da política de remuneração aos acionistas da companhia e liberação do governo para importação de gás da Bolívia.

BRADESCO PN recuava 3,32%, com papéis de bancos como um todo despencando com o mau humor nos mercados. O banco divulga seu balanço do terceiro trimestre hoje, após o fechamento do mercado. No setor, ITAÚ UNIBANCO PN perdia 3,5%.