Reajuste Fiscal: Entenda Quanto Mais Você Pagará no Imposto de Renda

O Imposto de Renda para Pessoa Física (IRPF) voltou à pauta com o anúncio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre um reajuste na tabela para acomodar o ganho real do salário mínimo em 2024.

A discussão se intensificou, principalmente após alertas de entidades como a Unafisco Nacional sobre a possível tributação para quem ganha dois salários mínimos.

O impacto do reajuste do salário mínimo na tributação

Com o aumento de 10,16% no salário mínimo em janeiro de 2024, elevando-o para R$ 1.412, quem recebe dois salários mínimos passou a ter uma renda mensal de R$ 2.824. Sem o reajuste na tabela do IRPF, essa parcela da população seria tributada em 7,5%, resultando em um imposto anual de R$ 165,60 por pessoa, totalizando R$ 344,8 milhões.

Ainda aguardando a publicação da Medida Provisória (MP) que oficializará o reajuste, a expectativa é de que os novos valores sejam divulgados até o final de janeiro, conforme anunciado pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

Por que a tabela do IR precisa de ajustes?

Especialistas destacam a necessidade de ajustes na tabela do IRPF para refletir a realidade da inflação. A faixa de isenção, que era de R$ 2.640, não contempla quem ganha dois salários mínimos sem o reajuste, resultando na volta da tributação para essa parcela da população.

Para 2024, duas possíveis formas de ajuste são discutidas. Uma delas é aumentar o desconto padrão de R$ 528 para R$ 712, mantendo a faixa de isenção em R$ 2.112. A outra opção seria aumentar a própria faixa, proporcionando uma correção integral da tabela e reduzindo a defasagem que chegou a 133,65% em dezembro de 2023.

Simulação dos descontos: como ficaria o meu salário?

O Sindifisco Nacional simulou os impactos caso o governo opte por não reajustar a tabela progressiva e apenas aumentar o desconto padrão. Na simulação, aqueles que recebem até dois salários mínimos (R$ 2.824) ficariam isentos de R$ 13,80 por mês.

Além disso, quem ganha acima de R$ 2.112 também teria uma economia. O Sindifisco destaca que uma reforma tributária é essencial para abordar a regressividade do sistema.

A espera por uma reforma tributária abrangente

Diante das discussões sobre os novos valores do Imposto de Renda em 2024, fica evidente a importância de uma reforma tributária abrangente.

A correção da tabela não apenas reflete a inflação, mas também impacta diretamente a vida financeira da população. O compromisso do presidente Lula em isentar quem ganha até 5 mil demonstra a necessidade de repensar e ajustar o sistema tributário, buscando maior equidade e justiça fiscal.