Economia
BC do Japão reduz estimativas para economia mas mantém política monetária
Perspectiva é altamente incerta, uma vez que a pandemia pesa sobre os gastos no setor de serviços, o que pode refletir na recuperação do país.
Nesta quinta-feira, 29, o Banco Central do Japão reduziu suas projeções para a economia e a inflação no atual ano fiscal. No entanto, a instituição ofereceu uma visão mais positiva sobre as perspectivas de recuperação do país, sinalizando que adotou estímulo suficiente por enquanto.
Por outro lado, o Banco do Japão alertou que a perspectiva é altamente incerta, uma vez que a pandemia pesa sobre os gastos no setor de serviços, enquanto a segunda onda da pandemia na Europa afeta as perspectivas para uma recuperação global sustentada.
De acordo com o presidente do banco central, Haruhiko Kuroda, o banco está pronto para prorrogar o prazo de março de 2021 de seu programa de resposta à crise para ajudar as empresas em dificuldades, e adotar medidas adicionais de afrouxamento monetário, caso seja necessário.
“Vamos prorrogar o prazo, se considerarmos necessário e apropriado”, declarou em entrevista, sem mencionar quando o Banco do Japão tomará essa decisão.
“Também há bastante espaço para expandir a escala de afrouxamento para cada elemento de nosso programa de resposta à crise”, acrescentou o presidente do BC do Japão.
Conforme o esperado, o banco central manteve sua política monetária, incluindo a meta de -0,1% para a taxa de juros de curto prazo e a promessa de guiar os juros de longo prazo em torno de 0%.
Além disso, o Banco do Japão não alterou o pacote de medidas com o objetivo de aliviar os apertos de financiamento corporativo, que se tornou sua principal ferramenta para lidar com a economia afetada pela pandemia.
Em seu relatório trimestral, a instituição piorou a previsão para a economia no atual ano fiscal que termina em março de 2021. A nova projeção é de contração de 5,5% contra queda de 4,7% estimada em julho, resultado que reflete os gastos fracos em serviços durante o verão.
O banco central também diminuiu a perspectiva para o núcleo dos preços ao consumidor a uma queda de 0,6% ante recuo de 0,5% projetado em julho.
Entretanto, para o próximo ano fiscal, o Banco do Japão revisou a previsão para uma alta de 3,6%, ante 3,3% em julho.
A instituição ainda melhorou sua avaliação sobre as exportações e produção, dizendo que elas estão “aumentando”. No levantamento anterior, em julho, a análise era de que elas estavam caindo com força.
“A economia do Japão deve melhorar como tendência conforme o impacto da pandemia de coronavírus enfraquece gradualmente, embora o ritmo da recuperação vá ser moderado”, apontou o documento.
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