BC está derretendo, diz presidente sobre perda de funcionários; governo intervém

Durante a posse de Flávio Dino como ministro do STF, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, expressou preocupação com a perda de funcionários da instituição, afirmando que devido aos baixos salários, o BC está perdendo cerca de sete colaboradores por dia.

Ele mencionou que os profissionais mais qualificados estão sendo atraídos pelos bancos privados, resultando em uma situação preocupante para o Banco Central. Campos Neto destacou que a instituição enfrenta desafios significativos devido a essa perda de talentos.

Além disso, os servidores do BC realizaram uma paralisação de 48 horas na terça-feira, com o objetivo de demonstrar a insatisfação e a unidade da categoria em relação à busca por uma proposta satisfatória do governo em relação à valorização da carreira.

BC está derretendo

Após pressão dos servidores do Banco Central, o governo federal aumentou sua proposta de reajuste para a categoria, elevando-a para 23%, dividida em duas parcelas a serem implementadas nos anos de 2025 e 2026. Esta nova proposta representa um aumento significativo em relação à oferta anterior do governo Lula (PT), que era de 13%.

Além do reajuste salarial, o Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos, liderado pela ministra Esther Dweck, também concordou em atender a demanda dos servidores para mudar o nome da categoria de “analistas do BC” para “auditores”, uma solicitação antiga visando equiparar a nomenclatura a outras carreiras de destaque no funcionalismo público, como na Receita Federal.

Apesar de ser valorizada pelos servidores, a proposta foi considerada insuficiente para encerrar a mobilização, que vem ocorrendo desde 2023. Em uma assembleia realizada ontem, os funcionários do BC decidiram, por mais de 95% dos votos, elaborar uma contraproposta a ser apresentada ao Ministério da Gestão.

Como uma mostra de boa vontade em relação ao governo, os servidores retiraram o indicativo de greve prevista para os dias 27 e 28, embora a operação-padrão dos servidores continue em vigor.

(Com Agências).