AB InBev vê melhora nas vendas de cerveja, mas custos crescentes pesam

A Anheuser-Busch InBev, fabricante das cervejas Budweiser, Stella Artois e Corona, cancelou a distribuição de dividendos e divulgou números nesta quinta-feira que mostram queda no lucro trimestral, à medida que a migração para o consumo de bebidas em casa elevou seus custos.

A maior cervejaria do mundo teve um inesperado crescimento nas vendas, mas o lucro recuou um pouco depois que a pandemia obrigou os consumidores a evitar os bares e restaurantes para comprar mais cerveja em lojas.

Os custos de produção e transporte de barris e garrafas de vidro retornáveis usadas em bares e restaurantes é menor do que de latas e garrafas descartáveis, mais consumidas em casa.

Na quarta-feira, a Heineken, segunda maior cervejaria do mundo informou que enfrentou um problema de custo parecido.

A AB InBev não revelou sua estimativa financeira para 2020, mas espera melhora no segundo semestre do ano, apesar da continuidade da incerteza causada pela pandemia.

De julho a setembro, os volumes gerais de cerveja e refrigerantes aumentaram 1,9%, contra queda de 17% no segundo trimestre, gerando alta de 4% na receita, muito acima da previsão de consenso de encolhimento de 4%.

O Brasil, segundo maior mercado da empresa, foi onde a companhia teve sua melhor perfomance, com as vendas de cerveja disparando 25% na comparação anual.

Já nos Estados Unidos, maior mercado da AB InBev, os volumes e o lucros avançaram conforme suas cervejas premium compensaram as perdas das marcas tradicionais, aumentando sua fatia nas vendas nacionais de cerveja.

Também houve crescimento no México, Europa e China, mas houve recuos na Colômbia, onde as medidas de isolamento foram flexibilizas somente em agosto, e na África do Sul, onde houve proibição de um mês a vendas de bebidas alcoólicas.

Com isso, o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (EBITDA) encolheu apenas 0,8%, queda muito abaixo da estimativa média de queda de 9,3% mostrada em pesquisa compilada pela AB InBev.

A companhia disse que a incerteza e a volatilidade do mercado leva ao não pagamento de dividendos intermediários em 2020, após ter pago 0,80 euro por ação em 2019.

Mais cedo neste ano, a empresa cortou pela metade o dividendo final do ano passado para 0,50 euro.