Enel passa a ser investigada após apagões em SP e pode perder concessão

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, anunciou a abertura de um processo administrativo para investigar a Enel. O objetivo declarado é “examinar as falhas e violações da concessionária em relação às suas obrigações contratuais e prestação de serviço”.

“Este processo será conduzido com máximo rigor, assegurando o direito à ampla defesa, podendo, inclusive, resultar na caducidade da concessão. Estamos empenhados em garantir à população a qualidade dos serviços de energia”, afirmou o ministro em sua conta na rede social X, anteriormente conhecida como Twitter.

No último dia 22, a Justiça de São Paulo determinou que a Enel indenizasse clientes que enfrentaram longos períodos sem energia durante um apagão decorrente das fortes chuvas na região metropolitana de São Paulo, em novembro de 2023.

Enel

Em três desses casos, a empresa argumentou que a interrupção foi causada pelas chuvas, porém os juízes decidiram que havia dano moral, estabelecendo uma indenização de R$ 5 mil devido à demora na restauração do serviço.

Além das ações judiciais, a Enel foi multada pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) em R$ 165,8 milhões pelo mesmo apagão. Na ocasião, aproximadamente 2,1 milhões de pessoas ficaram sem luz, e o restabelecimento da energia levou uma semana para ser concluído.

Segundo o auto de infração, a Enel não prestou os serviços de forma adequada. A empresa só mobilizou de maneira significativa as equipes de manutenção – tanto próprias quanto terceirizadas – em 6 de novembro, três dias após o temporal que causou a queda de árvores e prejudicou o fornecimento de energia em diversas áreas da capital paulista e região metropolitana.

A empresa

A Enel é uma multinacional italiana do setor de energia, considerada uma das maiores empresas do mundo nesse segmento. Originalmente conhecida como Ente Nazionale per l’Energia Elettrica, foi fundada em 1962 como uma empresa estatal na Itália. Posteriormente, passou por processos de privatização e expansão internacional.

Atualmente, a Enel opera em diversos países ao redor do mundo, incluindo países da Europa, América do Norte, América Latina, África e Ásia. A empresa atua em várias áreas do setor de energia, incluindo geração, distribuição e comercialização de eletricidade, bem como em fontes renováveis de energia, como solar, eólica, hidrelétrica e geotérmica.

No Brasil, a Enel está presente principalmente no setor de distribuição de energia elétrica, operando em diversos estados como Rio de Janeiro, São Paulo, Goiás e Ceará. No entanto, a empresa também está envolvida em outras áreas do mercado energético brasileiro, como geração de energia renovável e serviços de energia para clientes comerciais e industriais.

(Com Agência Brasil).