Economia
Ibovespa reage e fecha em alta com ajuda de Wall St e noticiário corporativo
O Ibovespa subiu mais de 1% nesta quinta-feira, acompanhando a recuperação de Wall Street e com uma bateria de resultados e perspectivas corporativas no radar, enquanto agentes seguiram monitorando o avanço de casos de Covid-19 nos EUA e na Europa.
Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa subiu 1,27%, a 96.582,16 pontos, após quatro pregões no vermelho. O volume financeiro nesta véspera de fechamento de mês somou 33,6 bilhões de reais.
A trégua nas perdas veio após o Ibovespa registrar a maior queda percentual diária na véspera (de mais de 4%) e cair para 93.386,55 pontos no pior momento desta quinta-feira, mais cedo, quando chegou a reverter os ganhos acumulados em outubro. Com a reação, acumula agora alta de 2,09% no mês.
Em Nova York, o S&P 500 subiu mais de 1%, encontrando suporte em alta de papéis de tecnologia antes da divulgação de balanços, além de dados sobre a economia norte-americana, embora persista a apreensão associada a uma nova onda de coronavírus e a incerteza com desfecho eleições nos EUA.
“A questão do Covid-19 continua, e para nós ainda é o principal ponto de preocupação”, afirmou o gestor Werner Roger, sócio na Trígono Capital, acrescentando, porém, que há várias vacinas sendo testadas e que provavelmente começarão chegar no final do ano, ou começo de 2021. “Pode ser um alento.”
Ele acrescentou que as eleições norte-americanas também estão ditando posições mais defensivas no mercado brasileiro, embora acredite que qualquer candidato que vencer manifestará algum tipo de solução para a economia em termos de estímulos.
“Quando sair o resultado, acho que vai destravar um pouco”, afirmou, frisando que Wall St norteia o mercado local, embora tenha ocorrido certo descolamento recentemente. “Agora está novamente muito colado na biruta de Wall Street… Para onde apontar, o Brasil vai na mesma direção.”
Investidores do mercado brasileiro ainda repercutiram a decisão do Banco Central de manter na véspera a Selic na mínima história de 2% ao ano, bem como a mensagem de orientação futura e a porta aberta para eventual corte nos juros básicos à frente.
O analista Rafael Ribeiro, da Clear Corretora, ainda chamou a atenção para os bons resultados operacionais de Petrobras e Vale, em especial o lado do fluxo de caixa, bem como o teste dos 93 mil pontos, “que se trata do principal suporte de curto prazo e onde abriu compra no começo de outubro”.
A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) também divulgou nesta quinta-feira que o número de ofertas públicas iniciais (IPO) realizadas na B3 em setembro foi o maior desde 2010, com oito empresas abrindo capital.
DESTAQUES
- PETROBRAS PN ganhou 3,32%, revertendo a fraqueza do começo da sessão, quando foi pressionada pelo tombo do petróleo no exterior. A empresa teve alta no Ebitda ajustado, para 33,4 bilhões de reais no terceiro trimestre. O presidente da companhia disse em teleconferência que ela e suas sócias podem fazer IPO da unidade criada que opera infraestruturas de escoamento e processamento de gás.
- VALE ON subiu 2,92%, após lucro líquido de 2,9 bilhões de dólares no terceiro trimestre, com melhores preços do minério de ferro em meio à sinalizou que espera manter taxas robustas de produção de minério de ferro no quarto trimestre, mas que há riscos ligados a atrasos no licenciamento e impactos com começo da estação chuvosa.
- COGNA ON valorizou-se 6,82%. Mais cedo, a empresa divulgou que faturou 365 milhões de reais com vendas no âmbito do Programa Nacional do Livro Didático de 2021, com 158 milhões sendo reconhecidos no terceiro trimestre.
- FLEURY ON ganhou 4,5%, entres as maiores altas da sessão, antes da divulgação do balanço.
- USIMINAS PNA avançou 3,69%, após resultado do terceiro trimestre, com lucro de 198 milhões de reais, ante prejuízo de 139 milhões de um ano antes. O diretor comercial da empresa disse em teleconferência que os valores do aço no Brasil estão 4% a 5% abaixo dos praticados no exterior e que a intenção é que esta paridade fique positiva entre 7% e 8%.
- AMBEV ON recuou 3,59%, entre os destaques negativos, após reportar queda de 9,4% no lucro do terceiro trimestre, com aumento de despesas e a pandemia ainda pressionando margens, embora volumes e receitas tenham crescido.
- BRADESCO PN afastou-se das mínimas e fechou em baixa de 1%, após queda no lucro trimestral para 5 bilhões de reais, com o banco elevando as provisões para inadimplência em 67,5% ano a ano. O presidente-executivo do banco disse que o lucro deve voltar para patamares de antes da pandemia em 2021, caso a pandemia não piore.
- TUPY ON, que não está no Ibovespa, disparou 14,22%, liderando as altas do índice Small Caps, em meio ao balanço do terceiro trimestre, que mostrou seus maiores lucro operacional, lucro líquido e Ebitda da história.
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