Economia
O que está por trás da alta do dólar? É hora de comprar ou vender para a próxima viagem?
Antes de fazer grandes movimentações cambiais, considere uma abordagem cautelosa e planejada, recomenda especialistas.
Se você acompanha notícias econômicas, pode ter notado que o dólar está mais caro ultimamente, chegando a R$ 5,27, o maior valor em mais de um ano. Várias forças nacionais e locais está por trás dessa alta. Em primeiro lugar, o Banco Central fez procedimentos para tentar controlar a subida da moeda, mas sem muito sucesso.
A inflação nos EUA e a expectativa de que as políticas monetárias americanas de continuidade têm sido fatores significativos, conforme a economista-chefe da B.Side Investimentos, Helena Veronese, aponta: “A inflação dos preços ao consumidor, economia aquecida, falas de dirigentes do O Fed e a própria ata referente à última reunião levaram o mercado a entender que ainda tem um longo caminho até que a instituição fique confortável e comece a cortar juros.”
Além disso, com a taxa de juros americana entre 5,25% e 5,5%, investir nos EUA se torna mais atraente, aumentando a demanda pelo dólar. Como Luan Aral, especialista em dólar, explica: “O investidor faz essa conta: será que vale mais a pena eu ter uma renda um pouco maior no Brasil, mas correndo risco muito grande, ou ir para os Estados Unidos e absorver esse ganho lá , mas com um risco muito menor?”
Conflitos geopolíticos e impactos internos
Recentemente, entre o Irã e Israel exacerbaram a instabilidade, elevando a procura pelo dólar como moeda de refúgio. Helena detalha que a incerteza geopolítica faz com que o dólar se fortaleça como a “moeda mais segura do mundo”.
No cenário interno, questões como o adiamento da reforma tributária e a revisão das metas fiscais também desenvolvidas para a desvalorização do real. A mudança do meta fiscal para 2025 para um déficit zero, afastando-se de um superávit planejado, gerou reações negativas no mercado.
Devo comprar dólares agora?
Com tantas variáveis em jogo, é difícil prever com exatidão o que acontecerá com o dólar. Helena sugere cautela: “A guerra não vai ser uma coisa resolvida no curto prazo, mas eu acho que no curto prazo a gente vai ter uma ideia de se vai ter resposta ou não de Israel.”
Para quem precisa comprar dólares para uma viagem, a estratégia de Luan pode ser útil: “O que eu sugiro para quem quer montar uma reserva de dólar, para quem está querendo viajar para o exterior, é que faça compras recorrentes, por exemplo, a cada 15 dias compre uma pequena quantidade.”
Portanto, diante da influência de tantos fatores, incluindo políticas investidas, condições econômicas globais e incertezas geopolíticas, adotar uma abordagem cautelosa e bem planejada pode ser a melhor estratégia antes de realizar grandes movimentações cambiais.
Com informações de UOL.
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