Petrobras: Conselho propõe pagar 50% dos dividendos extraordinários

O Conselho de Administração da Petrobras (PETR3; PETR4) deliberou sobre o pagamento de 50% dos dividendos extraordinários aos acionistas da empresa. Essa decisão foi comunicada em um fato relevante divulgado na noite de sexta-feira, 19 de abril.

De acordo com a análise do conselho, baseada em esclarecimentos fornecidos pela Diretoria Financeira e de Relacionamento com Investidores, a distribuição desses dividendos não comprometeria a saúde financeira da companhia.

Em março, a estatal havia anunciado sua intenção de reter 100% da remuneração extraordinária, além do mínimo obrigatório, referente a 2023, totalizando 43,9 bilhões de reais, para reinvestimento no negócio.

A proposta do conselho agora será submetida à Assembleia Geral Ordinária, agendada para a próxima terça-feira, 25 de abril. Se aprovada, essa medida resultará na distribuição de cerca de 22 bilhões de reais em dividendos para o mercado.

Petrobras (PETR3; PETR4)

Como acionista majoritário da empresa, a União também se posicionou sobre essa decisão. O Ministério da Fazenda estima uma receita adicional de 6 bilhões de reais para o governo com a distribuição dos dividendos extraordinários da Petrobras. Segundo informações do jornal Folha de São Paulo, o presidente Lula deu seu aval para essa distribuição na sexta-feira anterior.

A companhia ainda informou que a possível distribuição dos outros 50% dos dividendos extraordinários será avaliada pelo Conselho de Administração em momento posterior, sem uma data definida.

Cherne e Bagre

A companhia comunicou, na última semana, que sua diretoria executiva aprovou a transferência da totalidade de sua participação nos campos de Cherne e Bagre, localizados em águas rasas na Bacia de Campos, para a Perenco Petróleo e Gás do Brasil Ltda (Perenco). A produção desses campos foi interrompida em março de 2020, e suas plataformas estão hibernadas desde então. O valor a ser recebido pela Petrobras com essa operação é de US$ 10 milhões, com US$ 1 milhão pago na assinatura do contrato e o restante no fechamento da transação, sujeito a ajustes previstos no contrato.

Essa transferência para a Perenco abre a possibilidade de retomada da produção por parte do novo operador, representando uma alternativa mais vantajosa para a Petrobras em comparação com o descomissionamento das instalações e a devolução das concessões à ANP. Além disso, permite que a Petrobras concentre seus investimentos no segmento de exploração e produção (E&P) em ativos mais alinhados com sua estratégia, incluindo uma crescente descarbonização das operações.

Em outro aspecto, a Petrobras também anunciou que sua diretoria executiva aprovou medidas iniciais para a revitalização e futura retomada das operações da fábrica de fertilizantes Araucária Nitrogenados (Ansa), subsidiária integral da companhia. A planta, situada no Paraná, está hibernada desde 2020. A Ansa tem capacidade de produção de 720 mil toneladas/ano de ureia, 475 mil toneladas/ano de amônia e 450 mil m³/ano de Agente Redutor Líquido Automotivo (Arla 32).

(Com Agência Brasil).