Mundo
Silício em disputa: China proíbe chips AMD e Intel em computadores governamentais
Descubra os detalhes da proibição imposta pela China ao uso de processadores da AMD e Intel em computadores governamentais.
A China surpreendeu o mundo tecnológico ao anunciar no domingo (24) uma proibição estrita ao uso de processadores das gigantes norte-americanas Intel e AMD em computadores e servidores do governo.
Além disso, as novas regras também vetam o uso do sistema operacional Windows, da Microsoft, e de outras soluções de bases de dados estrangeiras.
O impacto da proibição
O movimento chinês representa um golpe significativo para empresas como a Intel, cuja fatia de mercado na China foi responsável por cerca de 27% das vendas globais de US$ 54 bilhões no ano passado.
Da mesma forma, a AMD, que teve aproximadamente 15% de sua receita global de US$ 23 bilhões proveniente do mercado chinês, também sentirá o impacto dessa decisão.
Apesar dessas estimativas, não há clareza sobre a quantidade exata de chips AMD e Intel utilizados nos setores público e privado da China, o que dificulta a previsão do impacto financeiro para as empresas norte-americanas.
Contexto da guerra comercial tecnológica
A proibição imposta pela China é vista como uma resposta aos movimentos restritivos dos Estados Unidos em relação a empresas chinesas, que vão desde fabricantes de chips até empresas do setor aeroespacial.
A China também foi alvo de restrições dos EUA, como a proibição da NVIDIA de vender inteligência artificial e outros produtos para o país asiático.
Em uma tentativa de diminuir sua dependência de tecnologia estrangeira, a China iniciou esforços para desenvolver seus próprios semicondutores. Grandes empresas chinesas, como Baidu, Huawei, Xiaomi e Oppo, já estão investindo em projetos de chips, enquanto o governo incentiva a indústria local por meio de políticas de apoio e financiamento.
Implicações das novas regras
As novas regras, anunciadas em dezembro, entram em vigor imediatamente e exigem que as agências governamentais chinesas substituam os chips AMD e Intel por soluções domésticas consideradas “seguras e confiáveis”. A lista de 18 processadores aprovados inclui chips da Huawei e da empresa estatal Phytium, ambos proibidos nos Estados Unidos.
Essas medidas representam o movimento mais agressivo da China até o momento para restringir o uso de tecnologia norte-americana em seu território, em meio a uma guerra comercial tecnológica em curso entre as duas potências.
Deste modo, a proibição do uso de chips AMD e Intel em computadores governamentais chineses sinaliza uma mudança significativa no cenário tecnológico global, com implicações tanto para as empresas envolvidas quanto para a dinâmica geopolítica da indústria de semicondutores.
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