Tragédia no RS: preços dos alimentos vão subir?

As recentes chuvas intensas que assolam o estado do Rio Grande do Sul não só causaram uma tragédia humana, com mais de 80 óbitos e dezenas de desaparecidos, mas também estão impactando diretamente a produção e logística de alimentos essenciais para a população.

O maior produtor de arroz do Brasil, detentor de 70% do mercado, está sofrendo com as lavouras submersas, o que deve gerar um aumento significativo nos preços do produto.

Além disso, a produção de soja, milho, frango, suínos, ovos, carne de boi, tomate, batata e cenoura também está sendo afetada pelas condições climáticas adversas da região.

Alimentos: com o desastre no RS, preços podem subir?

A colheita do arroz, que estava prevista para atingir 7,48 milhões de toneladas ao final desta safra, de acordo com estimativas da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), é uma das mais prejudicadas: há lavouras debaixo d’água e estradas interditadas, fatores que dificultam o escoamento da produção.

Aqui, vale lembrar que o estado gaúcho é o o que mais produz arroz no Brasil: cerca de 70% do mercado brasileiro total, também segundo a Conab.

A situação é tão grave que os pesquisadores do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) alertam para a possibilidade de redução significativa nas rendas dos orizicultores do estado e manifestam preocupações com o abastecimento no país.

Além disso, a produção de soja, segundo maior estado produtor do Brasil, também está atrasada devido ao excesso de chuvas, o que pode elevar a acidez do óleo de soja e reduzir a oferta de boa qualidade deste subproduto.

Outros produtos agrícolas, como milho, frango, suínos, ovos, carne de boi, tomate, batata e cenoura, também enfrentam desafios devido às condições climáticas desfavoráveis.

Essa situação não só gera preocupações quanto à disponibilidade e qualidade dos alimentos, mas pode impactar diretamente nos preços, pressionando a inflação.

Como mudanças climáticas afetam o seu bolso

Um estudo recente apontou que as mudanças climáticas representam uma ameaça à estabilidade de preços, com um acréscimo médio anual de até 3,23 pontos percentuais na inflação de alimentos em escala global devido ao aumento da temperatura.

Isso evidencia a importância de medidas de adaptação e mitigação para lidar com os impactos das mudanças climáticas na produção de alimentos e na economia em geral.

Nesse cenário, é essencial que o poder público, os produtores rurais e a sociedade como um todo estejam atentos aos desafios impostos pelas crises climáticas e atuem de forma colaborativa para garantir a segurança alimentar da população e a estabilidade econômica do país.