Conecte-se conosco

Economia

Inflação está sob controle, diz ministro

‘Ruídos políticos devem desaparecer’, afirma.

Publicado

em

Ministro Haddad fala em rádio.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou ontem, em Brasília, que a economia brasileira está gerando empregos com baixa inflação e que os ruídos sobre a política econômica do governo “vão desaparecer porque foram patrocinados, não são reais”. “Há interesses por trás disso”, disse ele, destacando que os principais indicadores de inflação e desemprego estão positivos.

“A impressão que dá é que tem um fantasminha influenciando as pessoas e prejudicando nosso plano de desenvolvimento”, acrescentou. Haddad participou de uma audiência na Comissão de Finanças e Tributação da Câmara dos Deputados para discutir assuntos relacionados à sua pasta.

“Esses ruídos não estão fazendo bem para a economia brasileira e não têm amparo nos dados. Estamos com baixa inflação, o rendimento do trabalho subiu no ano passado e isso não gerou inflação”, disse Haddad. Ele lembrou que o déficit de R$ 230 bilhões registrado nas contas públicas em 2023 foi uma herança do governo anterior e que, a partir deste ano, poderá ser cobrado, pois o orçamento de 2024 já foi construído pelo governo atual.

“Estamos construindo um caminho mais justo do ponto de vista social. É um ajuste fiscal que está sendo feito sem prejudicar as famílias, os trabalhadores, os empresários que pagam seus impostos corretamente, sem afetar programas sociais importantes e contratos sociais já estabelecidos. Estamos fazendo um caminho mais difícil, que exige vários pequenos ajustes, mas que, somados, resolverão nosso problema fiscal”, declarou o ministro.

Inflação está sob controle

Ele afirmou que a relação entre o Executivo e o Legislativo está indo bem e agradeceu aos parlamentares pela aprovação de medidas econômicas. Segundo ele, o ajuste econômico do governo passa pelo corte de gastos tributários e benefícios fiscais, para que pessoas e setores que não pagavam impostos passem a pagar.

Haddad defendeu a harmonia entre as políticas monetária e fiscal e elogiou o trabalho do Banco Central (BC) no controle da inflação nos últimos anos. No entanto, ressaltou que a taxa de juros real do Brasil ainda é muito restritiva. Na última reunião, o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC reduziu a taxa básica de juros, a Selic, para 10,5%.

Os membros do colegiado, entretanto, mostraram preocupação com as expectativas de inflação acima da meta e, “em meio a um cenário macroeconômico mais desafiador do que o previsto anteriormente”, não preveem novos cortes na taxa Selic.

“Hoje, estamos com uma taxa de juro de 10,5% para uma inflação projetada de 3,70% para o ano. Subtraia 3,70% de 10,5%. Veja o nível da taxa de juros real no Brasil. Estamos operando num campo muito restritivo de política monetária”, assegurou Haddad, rebatendo a análise de que a inflação esteja descontrolada.

Pressão dos preços

Em abril deste ano, pressionada pelos preços de alimentos e pelos gastos com saúde e cuidados pessoais, a inflação do país – medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) – foi de 0,38%, acima do observado no mês anterior (0,16%), mas abaixo do apurado em abril do ano passado (0,61%). Em 12 meses, o IPCA acumula 3,69%.

Apesar de estar dentro do intervalo de tolerância, as expectativas de inflação ainda se encontram acima da meta estabelecida pelo Banco Central, que, junto com a elevação da dívida pública, alimentam a incerteza entre os agentes econômicos. Definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), a meta é de 3% para este ano, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.

“Os núcleos [de inflação] estão abaixo da meta, que é muito exigente. Uma meta de 3% para um país como o Brasil é algo inimaginável”, disse Haddad, reafirmando o controle da inflação, mas defendendo uma discussão mais profunda sobre o tema, com regras de vinculação fiscal sustentáveis no longo prazo.

“Se o Brasil está com dificuldade de cumprir uma meta mais baixa, se a inflação não responde à taxa de juros, temos que considerar as condições institucionais do país. Por que ela está resistente? Há uma dimensão institucional. E uma das questões institucionais é o nosso quadro fiscal, no sentido amplo, as vinculações e uma série de problemas da nossa Constituição que ainda não foram adequadamente tratados, na minha opinião”, finalizou.

(Com Agência Brasil).

Redatora. Formada em Técnico Contábil e Graduada em Gestão Financeira. Contato: simonillalves@gmail.com.

Publicidade

MAIS ACESSADAS