Política
Professores da UnB aprovam fim da greve
Aulas serão retomadas dia 26.
Os professores da Universidade de Brasília (UnB) decidiram encerrar a greve que durou mais de dois meses, iniciada em 15 de abril. O término da paralisação foi aprovado em assembleia após análise da última proposta apresentada pelo governo durante a mesa setorial realizada no dia 14 de junho com o Ministério da Educação (MEC) e o Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI). As aulas serão retomadas na próxima quarta-feira (26).
O governo propôs aos docentes um reajuste em duas parcelas, começando no próximo ano. O primeiro aumento, de 9%, será aplicado a partir de janeiro de 2025, e o segundo, de 3,5%, em abril de 2026. Além disso, foi acordada uma reestruturação de carreira, com o aumento das progressões de 4% para 4,5%, chegando a 6% para algumas classes de docentes. Também foi garantida a progressão e promoção em até seis meses após a solicitação, desde que os requisitos sejam atendidos.
Outro ponto da proposta é a uniformização do controle de ponto entre professores do magistério superior e do Ensino Básico, Técnico e Tecnológico (EBTT), eliminando a obrigatoriedade do registro em ponto eletrônico para a segunda categoria. O governo também concordou em criar grupos de trabalho para discutir o reenquadramento de professores aposentados, a criação de uma nova classe na carreira docente e a reavaliação da norma sobre adicionais de insalubridade, entre outros pontos.
Professores da UnB
O fim da greve na UnB segue a decisão de outras instituições, como a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e a Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), em um movimento coordenado pelo Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes-SN). Professores de universidades e institutos federais devem realizar assembleias locais esta semana e, no fim de semana, a direção do Andes-SN fará um balanço final da mobilização.
“Consideramos que tivemos muitas conquistas na greve. Nos mostramos fortes e unidos. Esta saída coletiva tem um significado simbólico desta unidade, que se demonstrou em avanços como os aumentos relativos aos benefícios – auxílio-creche, auxílio-alimentação e saúde suplementar. Mas a luta continua. Nossa greve não é o fim das mobilizações. Devemos seguir para que as demandas ainda não atendidas sejam ouvidas pelo governo. Estamos vivos e temos força. Este movimento nos comprovou isso”, afirmou Eliene Novaes, presidenta da seção sindical da ADUnB.
Enquanto os professores retomarão as atividades, os servidores técnico-administrativos da UnB decidiram manter a greve, após avaliação da assembleia geral com o sindicato da categoria na terça-feira (18).
Os profissionais
Os profissionais estão em greve desde 11 de março. Segundo o Sindicato dos Servidores Técnico-Administrativos da Universidade de Brasília (Sintfub), a categoria alcançou conquistas na última proposta do governo, como o aumento do percentual de progressão na carreira, mas ainda buscam melhorias na oferta.
Na última sexta-feira, o Ministério da Educação se comprometeu a revogar, após o término da greve, a Portaria 983 de novembro de 2020, que aumentou a carga horária mínima semanal dos docentes.
Também na semana passada, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou que o governo federal vai investir em melhorias na infraestrutura de todas as universidades federais (R$ 3,17 bilhões), hospitais universitários (R$ 1,75 bilhão) e na criação de dez novos campi nas cinco regiões do país (R$ 600 milhões). O total é de R$ 5,5 bilhões do novo PAC.
Há algumas semanas, o MEC também recompôs o orçamento para a educação superior, destinando mais recursos para o custeio de despesas: R$ 279,2 milhões para universidades e R$ 120,7 milhões para institutos federais.
(Com Agência Brasil).
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